O Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc) deflagrou na manhã desta sexta-feira (19) a segunda fase de uma operação que investiga a construção de um túnel para fuga em massa do Presídio Central, que hoje tem o nome de Cadeia Pública. Ao todo, 70 policiais cumpriram 11 mandados de busca e sete de condução coercitiva em oito municípios gaúchos.
O objetivo dos novos depoimentos é obter mais provas sobre a participação dos novos investigados, assim como a ligação deles com os quatro detentos considerados mentores e com as nove pessoas que foram presas após a descoberta do plano, em fevereiro deste ano.
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A segunda fase da chamada Operação Santo, que descobriu o túnel de 47 metros, foi realizada em Porto Alegre, Canoas, Alvorada, Gravataí, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga e Montenegro.
Nessas cidades residem seis pessoas ligadas aos quatro presos que financiaram pelo menos R$ 1,5 milhão para que o túnel escavado garantisse a fuga, pretendida durante o Carnaval, de pelo menos mil presidiários.
O envolvimento de uma sétima pessoa, que foi conduzida para depor nesta sexta-feira, também está sendo apurado. Todos integram ou tem algum tipo de relacionamento com a facção criminosa que tem base no Vale do Sinos e que ocupa o pavilhão B do Central.
O titular da 3ª Delegacia do Denarc e responsável pela operação, delegado Rafael Pereira, informa que chegou até estas pessoas conduzidas para depor nesta sexta-feira por meio de investigações que comprovaram ligações delas com os mentores e com os executores da obra.
– O objetivo agora é ouvir essas seis pessoas, saber a real participação delas no caso, como era o contato delas dentro da prisão e com os pedreiros que cavavam o túnel, além de confrontar o que vão depor com as provas que temos – ressalta Pereira.
Previamente, o Denarc acredita que estas seis pessoas eram uma espécie de ligação entre os presos considerados mentores e os executores. Sobre o sétimo envolvido, Pereira pretende se manifestar somente após o depoimento dele.
A investigação continua, até por que não se descarta a participação de mais suspeitos e acredita-se que os quatro presos responsáveis pela obra poderiam fugir para o Paraguai. Além disso, a polícia apura que o grupo financiou as escavações através de roubos a bancos e de veículos, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
Outro fato apurado é a possível cobrança de valor para fuga de presos que não fossem ligados ao comando da facção ou até mesmo de outros grupos criminosos.