O delegado Valdernei Tonete, responsável pela investigação do ataque a tiros que deixou uma criança de quatro anos e um rapaz de 19 mortos em Santo Antônio da Patrulha, no final da noite dessa segunda-feira (29), confirmou que tio e sobrinho não eram quem os criminosos buscavam matar. Conforme o delegado, os bandidos não encontraram o alvo – que seria um familiar das vítimas – e mataram quem viram na casa.
– Chegaram sem critério nenhum, nem olharam quem estava no local, e atingiram quem estava lá. Tanto é que mataram uma criança de quatro anos. É o que nos choca muito – comenta o delegado.
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A polícia acredita que mais de cem disparos de submetralhadoras tenham sido feitos pelo grupo. Ao menos três assassinos participaram do crime. Eles usaram um carro, de modelo ainda não confirmado, para chegar e fugir da casa na Rua Marechal Rondon, no bairro Madre Ana, onde a dupla execução ocorreu.
A investigação trabalha com a hipótese de um crime ligado ao tráfico de drogas. Para evitar o crescimento de grupo que vendia drogas nas redondezas, uma facção de Porto Alegre teria cometido o ataque.
– Parece muito com ações de uma organização de Porto Alegre e Região Metropolitana nessa primeira impressão que fica. Ela já tem seu tentáculo fincado em Santo Antônio e no Litoral, e não queria deixar esses rapazes "se criarem" – acredita Tonete.
As vítimas
O delegado diz que Pedro Ramon da Silva Conceição, 19 anos, não tinha envolvimento com crimes. Ele estava no sofá da casa, junto ao sobrinho João Pedro da Silva Conceição, quatro anos, por volta das 23h, quando foram baleados. Os dois não resistiram aos ferimentos. Um outro familiar, de 55 anos, conseguiu escapar ileso.
A polícia ainda não sabe se os bandidos somente passaram atirando na frente da casa ou se chegaram a descer e invadir a residência. A investigação vai apurar se outro trio de bandidos apoiou os atiradores, já que havia um relato apontando para a presença de mais executores.
Ao longo do dia, a Polícia Civil deve ouvir testemunhas e outros familiares para tentar chegar aos assassinos.
*RÁDIO GAÚCHA