A Polícia Federal brasileira faz buscas a cerca de 20 integrantes da quadrilha que assaltou a empresa de valores Prosegur em Ciudad del Este, Paraguai, na madrugada desta segunda-feira. Segundo os policiais, o bando conseguiu cruzar a fronteira e passar para o lado brasileiro por volta do meio-dia, pelo lago de Itaipu.
Os bandidos entraram em confronto com agentes do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) durante a travessia em direção ao Brasil, na altura do município de Itaipulândia, a 70 quilômetros de Foz do Iguaçu.
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Os policiais faziam patrulhamento do lago quando avistaram os assaltantes. Houve troca de tiros. A PF faz, na tarde desta segunda, buscas no lado brasileiro para tentar encontrar o bando. O patrulhamento no lago de Itaipu e Rio Paraná foi reforçado logo após o anúncio do ataque à empresa de Ciudad del Este.
Segundo a polícia paraguaia, os carros usados no roubo tinham placas do Brasil e alguns deles foram abandonados na fuga, no lado do Paraguai. Os assaltantes, ainda de acordo com a polícia daquele país a partir do depoimento de testemunhas, falavam português fluentemente, sem sotaque, e eram brasileiros. Agora a polícia brasileira busca os assaltantes que atravessaram o Rio Paraná, já no Brasil.
O presidente Michel Temer solicitou que o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, coloque a Polícia Federal "à disposição das autoridades paraguaias" para colaborar com as investigações dos fatos ocorridos em Ciudad del Este.
Em nota, distribuída na tarde desta segunda-feira pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, o governo federal destacou que "acompanha os desdobramentos das ações policiais já em curso em território nacional e apoiará, com todos os recursos necessários, as investigações conduzidas atualmente pelas autoridades paraguaias".
A nota destaca ainda que o governo brasileiro "se solidariza com as vítimas dessa ação criminosa e, em especial, com os familiares do policial paraguaio morto".
O assalto
Ao menos 30 homens com armas de guerra invadiram o prédio da empresa de valores Prosegur, explodiram cofres e levaram US$ 40 milhões (cerca de R$ 120 milhões), na madrugada desta segunda-feira, 24, em Ciudad del Este, cidade paraguaia na fronteira com o Brasil.
Segundo a imprensa do país vizinho, este pode ter sido o maior assalto da história do Paraguai. Armados com fuzis automáticos e metralhadoras ponto 50, os criminosos bloquearam ruas, incendiaram veículos e dispararam rajadas contra prédios públicos.
Acuada, a polícia pediu reforços e munições. Um policial do Grupo Especial de Operações da polícia paraguaia foi atingido e morto.
De acordo com a delegada Denise Duarte, que investiga o assalto, testemunhas disseram que a ação foi praticada por um "esquadrão do crime" e que os criminosos falavam em português.
A suspeita é de que o assalto tenha sido praticado por grupos ligados a organizações criminosas brasileiras que disputam o controle da fronteira, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC).
*Estadão Conteúdo