Um Onix branco é minuciosamente vasculhado por peritos do Instituto Geral de Perícias (IGP) nos últimos dias. Usando um teste conhecido como cianoacrilato (com o uso de luz ultravioleta), eles mapeiam impressões digitais deixadas no veículo. É que carro foi supostamente usado pelos criminosos que passaram atirando pela Avenida Florianópolis, no bairro Mathias Velho, uma semana atrás, e acabaram vitimando Leila Vieira Fortuna, 35 anos, atingida por uma bala perdida enquanto esperava em uma parada de ônibus.
– Considero os exames periciais fundamentais para darmos sequência à investigação e tentarmos a identificação de suspeitos – afirma o delegado Valeriano Garcia Neto, da Delegacia de Homicídios de Canoas.
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O veículo foi encontrado no dia seguinte ao crime, abandonado no bairro Rio Branco, também em Canoas. Segundo o delegado, tratava-se de um carro roubado poucos dias antes. A suspeita é de que só tenha sido usado para cometer esse crime e foi logo abandonado.
Tratava-se, segundo a apuração da polícia, de uma tentativa de execução encomendada por uma facção criminosa. O alvo era um homem de 40 anos que, na manhã da terça-feira, dia 4, saía de casa no bairro Harmonia dirigindo um Voyage prata, acompanhado pelo filho, de 17 anos. Eles foram perseguidos pelos criminosos até a Avenida Florianópolis, sob tiros.
A polícia contabilizou mais de 40 disparos feitos contra os alvos. Os dois ficaram feridos e seguem hospitalizados. A suspeita da polícia é de que os criminosos tentassem matar o homem de 40 anos por ele ter delatado a quadrilha envolvida em homicídios em Canoas. Ele tem antecedentes criminais e já havia sido alvo de uma tentativa de homicídio anterior.
Já Leila, que não tinha nenhuma relação com aquele acerto de contas, era baiana e estava em Canoas há quatro anos. Naquela manhã, iria de ônibus até o INSS agilizar a liberação do seguro-desemprego. Depois de ter trabalhado como auxiliar de serviços gerais em uma universidade no Centro de Canoas, ela trabalhava como manicure em casa.