A Justiça Federal começou a ouvir as primeiras testemunhas do assassinato do médico Marco Antônio Becker. O oftalmologista foi executado a tiros no dia 4 de dezembro de 2008, na rua Ramiro Barcelos, bairro Floresta, em Porto Alegre.
Na segunda-feira, as testemunhas de acusação prestaram depoimento. Entre elas, o delegado Rodrigo Bozzeto, que conduziu a investigação na época – que resultou no indiciamento de cinco pessoas. Mais tarde, o Ministério Público denunciaria 11 pessoas no caso.
Também prestaram esclarecimentos na 11ª Vara Federal de Porto Alegre o delegado Rodrigo Zucco, que conduziu outra investigação de homicídio envolvendo suspeitos, e o médico Fernando Matos, atual presidente do Cremers (Conselho Regional de Medicina do RS). O conteúdo das oitivas não foi liberado pela Justiça Federal.
O processo que apura a morte do médico Marco Antônio Becker começou na Justiça estadual, mas, por uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi transferido para a Justiça Federal. O motivo é que Becker era vice-presidente do Cremers, uma autarquia federal, e uma das suspeitas é que sua atuação à frente do conselho teria motivado o assassinato. Assim, o processo teve que começar do zero.
O ex-andrologista Bayard Fischer é acusado de ser o mandante do crime. Conforme as investigações, ele queria se vingar de Becker por ter tido o registro profissional cassado.
Além de Bayard, são réus um ex-assistente dele, Moisés Gugel, o traficante Juraci Oliveira da Silva, acusado de planejar o crime com Paulo Ricardo Machado, e contratar os executores Anderson Roberto Farias Bones e Michael Noroaldo Garcia Câmara. O médico Jorge Roberto Gioscia Filho, ex-colega de Bayard, e o pai de santo Júlio Henrique Marques são acusados de falso testemunho.