Relatos de estudantes que são assaltados, vítimas de ameaça com revólver ou faca e agredidos, são constantes nos arredores das faculdades da UFRGS. A polícia afirma que é preciso fazer boletim de ocorrência para reforçar efetivo no entorno dos cursos da área da Saúde, na região central de Porto Alegre.
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Abaixo, veja o que Brigada Militar, Polícia Civil, UFRGS e estudantes estão fazendo para tentar atenuar a criminalidade.
Brigada Militar
O tenente-coronel Eduardo Oto Amorim, comandante do 9º BPM, afirma que uma reunião foi feita há três semanas, a partir da reclamação de alguns estudantes, com a direção do campus Saúde e o centro acadêmico, e, partir disso, o policiamento foi reforçado na região. Naquele momento, Amorim diz que só havia duas ocorrências policiais, então, a região não constava como prioridade do batalhão.
– Fazemos mais abordagens na Praça da Alfândega e da Matriz, no Centro Popular de Compras, no Mercado Público, nas passarelas da Alberto Bins, da Independência e da rodoviária, na 24 de Outubro. Analisamos as ocorrências e, com informações da comunidade, descolamos mais efetivo – afirma o comandante.
Diante disso, o oficial orienta que as vítimas façam boletim de ocorrência. Se não quiserem, ao menos liguem para o 190 para informar à BM. Além disso, há um grupo no WhatsApp do qual fazem parte policiais e membros da universidade.
Polícia Civil
O delegado Ajaribe Rocha Pinto informa que a polícia vem tentando reduzir os casos na medida em que investiga os inquéritos abertos a partir de registros de ocorrência. É importante, segundo ele, a descrição dos criminosos o mais detalhada possível e, quando a vítima tiver tempo, que olhe o arquivo fotográfico da delegacia e tente identificar o suspeito.
Operações de combate ao tráfico de drogas também visam a reduzir os assaltos e furtos, já que esse tipo de crime costuma financiar o consumo de entorpecentes.
UFRGS
A Coordenadoria de Segurança da UFRGS comanda uma equipe de vigilantes terceirizados, que, no geral, fica distribuída em postos fixos dentro dos campi, e possui guardas da universidade, responsáveis por rondas itinerantes e ostensivas, de carro e a pé a fim de proteger o patrimônio e as pessoas. Dos portões para fora – todos os campi estão cercados –, o policiamento cabe à Brigada Militar. À Polícia Federal cabe apenas investigações de crimes ligados ao patrimônio ou relacionados a servidores durante seu trabalho, sendo os casos restantes de competência da Polícia Civil.
A UFRGS dispõe de sistema de videomonitoramento no Campus do Vale e que está em processo de expansão. Os campi Centro, Saúde e Olímpico estão recebendo câmeras.
– Já existe uma central de monitoramento no campus do Vale e outra Central está em processo de implantação. Queremos monitorar em tempo real nossos campi até o final deste semestre. O objetivo é nos antecipar e avisar logo a Brigada, além de aumentar o poder inibitório aos crimes – afirma o coordenador de Segurança, Daniel Pereira.
Estudantes
Os universitários de cursos como Farmácia, Medicina, Comunicação Social, Nutrição, entre outros, criam páginas e grupos em redes sociais. No início dessa semana, uma primeira reunião entre os diretórios acadêmicos (DAs) foi realizada. Na próxima segunda-feira, às 14h30min, um encontro convocado pela diretoria da Faculdade de Comunicação pretende reunir reitoria, polícias, professores e estudantes no Anexo da Saúde (sala 221) junto ao prédio da Fabico.
– Queremos fazer parcerias e somar esforços. Queremos aumentar os projetos sociais que já existem na Comunicação e integrar outros cursos, atacar o problema na raiz – salienta a estudante de Relações Públicas Fernanda Bellini Pinto.
Além disso, circula um abaixo-assinado que começou na Farmácia Popular da Ramiro Barcelos, e que passou a ser replicado dentro dos cursos da UFRGS. O objetivo é reforçar a onda de assaltos e pedir providências, como mais policiamento, reforço na iluminação pública, entre outras medidas.
Ouça relatos de vítimas no vídeo abaixo*:
*os nomes foram preservados para garantir a segurança