Ainda sem ter assimilado a perda abrupta da filha Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, que morreu após briga na Escola Estadual de Educação Básica Luiz de Camões, em Cachoeirinha, o pai Moacir de Oliveira Gonçalves, 43 anos, vendedor autônomo, recebeu a reportagem na tarde desta sexta-feira.
Em sua casa na zona norte de Porto Alegre, falou sobre a relação com a filha, o colégio novo, no qual recém havia começado as aulas, se diz incrédulo com a violência que ceifou a vida da adolescente e ainda opina que os pais das adolescentes supostamente envolvidas deveriam ser responsabilizados. Confira a entrevista clicando no vídeo acima.
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A estudante da sétima série foi morta dentro dentro da sala na aula na Escola Estadual Luiz de Camões, em Cachoeirinha, na tarde de quarta-feira. Por volta das 15h, quando a turma estava sem professor, uma discussão entre Marta e outras três adolescentes – duas de 12 anos e uma de 13 – acabou na morte na menina, que estava no segundo dia de aula na nova escola.
Marta foi socorrida por três professores e profissionais da Unidade Básica de Saúde (UBS) Luiz de Camões, que fica ao lado da escola, que tentaram reanimá-la sem sucesso. O Samu foi chamado e ela foi levada ao Hospital Padre Jeremias, onde já chegou sem vida.
– Legistas do DML constataram que para a asfixia foi usada muita força. Chama a atenção por serem todas meninas novas. Também vamos investigar a motivação do crime e se houve intenção de matar – afirma o delegado Leonel Baldasso, responsável pela investigação do caso.
No boletim de ocorrência, uma das adolescentes envolvidas na briga relata que Marta puxou os cabelos de uma das colegas quando o tumulto começou. Ao tentarem apartar, as outras duas meninas perceberam que Marta começou a tremer e convulsionar. Outro relato aponta que Marta teria se ofendido ao ter entendido que colegas tinham a chamado de "feia", o que teria dado início à briga.
A versão das adolescentes é de que houve puxões de cabelo e agressão entre Marta e uma outra menina, briga que teria sido apartada pelas outras duas jovens. Porém, o laudo do DML afirma que houve estrangulamento com o braço. As adolescentes foram intimidas para depor nesta sexta-feira. O delegado não descarta a participação de outras pessoas na morte:
– Como existiu um estrangulamento com força bruta e foi algo que ocasionou lesões nos nervos do pescoço, pode indicar a participação de alguém com mais força do sexo masculino.