A situação de presos diante da superlotação carcerária voltou a ficar exposta em frente ao Palácio da Polícia, na região central de Porto Alegre. E até a Força Nacional passou a ser usada para custodiar detentos que aguardam vaga em presídios.
Na manhã desta quinta-feira, três detentos amanheceram algemados dentro de viaturas por volta de vagas nos presídios. Um deles está sob a tutela dos militares federais desde o meio-dia de terça-feira. Ao menos três homens de boina vermelha estão de plantão para isso. A equipe já foi revezada três vezes. As outras duas viaturas são da Brigada Militar, cuja guarnição também é substituída a cada troca de plantão.
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Na última sexta-feira, a Justiça determinou que o Trovão Azul, ônibus reformado para ser uma espécie de cadeia temporária, fosse impedido de receber novos presos. Com isso, a cena de foragidos e suspeitos de cometerem crimes em frente a delegacias voltou a se repetir.
– Naturalmente que isso iria acontecer, porque as celas (das delegacias) não aumentaram sua capacidade – afirmou o delegado Eduardo Hartz, responsável substituto pelas delegacias de plantão.
Segundo ele, nos últimos dias, "um ou outro preso" vem sendo mantido em viaturas, principalmente na 3ª DPPA, que fica na Zona Norte.
A decisão da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre é de que novos presos só poderiam ser transferidos para o Trovão Azul quando os 34 detentos que estavam lá na semana passada fossem transferidos para três cadeias. A medida também vale para aqueles que estão acomodados no depósito da Polícia Civil onde o ônibus está estacionado. Estes encontravam-se algemados a um corrimão e reclamavam por estar a dias sem banho e água para escovar os dentes. Presos com mais tempo de permanência em delegacias da Região Metropolitana também deveriam ser beneficiados pela determinação judicial.
Hartz não sabe informar como está a situação do Trovão Azul. ZH está tentando contato com a Susepe, que é o órgão que administra as vagas e as transferências das cadeias.