Denunciado por dois homicídios consumados e outros três tentados em frente ao Clube Rodeio, em Caxias do Sul, Daniel da Rosa Jordan, 29 anos, conhecido como Carpa, foi autorizado a responder o processo em liberdade. A decisão do juiz Émerson Jardim Kaminski ocorreu em 12 de janeiro, depois de audiência de instrução. O réu foi apontado pela Polícia Civil como o autor dos disparos, em 18 de setembro de 2016, que resultaram na morte de Érica da Silva dos Santos, 21, e Iago Jacinto da Motta, 23, além de outras três vítimas baleadas que sobreviveram.
Na decisão, o magistrado explica que uma prisão cautelar tem por objetivo garantir a instrução do processo, o que ocorreu na audiência de janeiro. Por isso, não haveria mais motivos para Jordan permanecer recolhido e, assim, sua prisão preventiva foi revogada.
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Jordan estava preso desde 9 de outubro, quando foi capturado pela Polícia Civil no bairro Rio Branco. De acordo com a denúncia do Ministério Público, realizada no mês seguinte, Jordan estava no Clube Rodeio, acompanhado do irmão e amigos, até que os seguranças do local o colocaram para fora por comportamento inconveniente. O suspeito teria prometido se vingar.
Cerca de meia hora depois, Jordan retornou em uma motocicleta e, juntamente com um indivíduo ainda não identificado, atirou em frente à casa noturna. Diversas pessoas, que não tinham relação com a confusão, estavam na rua. Érica foi atingida e morreu no local. Motta foi socorrido e internado no Hospital Pompéia, onde morreu em 5 de outubro.
A promotora Silvia Regina Becker Pinto diz que os crimes foram todos praticados por motivo torpe – vingança –, por meio que resultou perigo comum – foram praticados em horário e local de intenso movimento – e dificultou a defesa das vítimas – que não tinham ligação com o fato, estavam distraídas e desarmadas quando foram surpreendidas com os tiros.
A próxima audiência do processo está marcada para 23 de fevereiro, quando será ouvido o depoimento de Jordan. Após, a juíza Milene Rodrigues Fróes Dal Bó, titular da 1ª Vara Criminal, decidirá se há elementos mínimos que comprovem que Jordan é o autor do crime e se este é um processo para o Tribunal do Júri. A estimativa é que sentença de pronúncia ocorra em três meses.