Às vésperas do Carnaval, o Estado do Rio pagou, na noite de quinta-feira, valores atrasados, referentes a agosto e setembro, do Regime Adicional de Serviço (RAS) da Polícia Militar (PM). O RAS é um adicional por hora extra. Na prática, servia como um incentivo para os policiais trabalharem mais e, dessa forma, ampliar o policiamento nas ruas. O Estado gastará R$ 13 milhões com os adicionais da PM e R$ 3 milhões com os adicionais da Polícia Civil, informou o governo fluminense, em nota.
O atraso no pagamento do RAS devido, sobretudo de agosto e setembro, referente às horas extra do policiamento nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do ano passado, era um fator de insatisfação dos policiais do Rio. Desde que se agravou a crise fiscal do Estado, na virada de 2015 para 2016, o governo deixou de pagar ou atrasou o RAS. Assim, muitos policiais pararam de fazer hora extra, mas, nos Jogos Olímpicos, eles foram convocados obrigatoriamente.
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A Polícia Civil informou que o pagamento do RAS referente a agosto será pago na próxima sexta-feira, "avançando-se na superação do rol das pendências financeiras relacionadas às atividades policiais". Desde o início do ano, os policiais civis do Rio vêm fazendo uma espécie de operação padrão, registrando nas delegacias apenas os crimes de maior gravidade.
Segundo a assessoria de imprensa da PM, o regime mínimo de trabalho de um policial é 40 horas semanais ou 144 horas por mês. A escala varia, mas pode ser, por exemplo, de 24 horas trabalhadas para 48 horas de folga. Tradicionalmente, os policiais usam parte do período de folga para fazer "bicos" e completar a renda. Com a RAS, a Secretaria de Segurança conseguia ampliar o policiamento, com mais horas de trabalho.
*Estadão Conteúdo