Uma rebelião de adolescentes agitou o Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) Padre Cacique, da Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), na zona sul de Porto Alegre, na madrugada desta segunda-feira. Foram acionados policiais militares para conter a revolta, o Corpo de Bombeiros, para controlar um princípio de incêndio, e o Samu, para atender internos e servidores.
O tumulto foi iniciado por volta da meia-noite de domingo. Um grupo de internos que estava na Ala de Internação Provisória tentou fugir, mas foi contido por servidores de plantão. Com a fuga frustrada, eles colocaram fogo em colchões e outros objetos, provocando intoxicação entre os próprios adolescentes e funcionários da casa.
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Enquanto a Brigada Militar (BM) freava a rebelião, o Corpo de Bombeiros combatia o fogo. Com a situação controlada, enfermeiros da fundação e socorristas do Samu atendiam no local os que foram intoxicados por inalar fumaça. Não houve feridos.
Superlotação favorece conflitos entre internos
O Case Padre Cacique, que tem capacidade para 80 adolescentes, abrigava 140 no momento da rebelião. Destes, 74 estavam na ala atingida. De acordo com a direção da Fase, 10 adolescentes foram encaminhados para outros centros da Capital, e os demais remanejados na própria unidade.
A superlotação tem sido motivo de reclamações recorrentes de servidores que pedem para não serem identificados. De acordo com eles, o problema tem favorecido a ocorrência de conflitos entre internos. Em janeiro, duas brigas entre grupos rivais, em uma mesma semana, deixaram quatro funcionários e um adolescente feridos, sem gravidade. Os enfrentamentos ocorreram nos Cases Poa 1 e Poa 2, dentro do Complexo Cruzeiro, localizado na Vila Cruzeiro, em Porto Alegre, nos dias 23 e 26 daquele mês.
No total, em números desta segunda-feira, as unidades da Fase abrigavam 1.258 adolescentes, enquanto que a capacidade de engenharia é para 735 – 71,15% acima do limite.
