Depois de 14 horas de rebelião, a Polícia Militar conseguiu entrar na Penitenciária de Alcaçuz, em Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte, e controlar a situação no início da manhã deste domingo. Até agora, foram confirmadas as mortes de 10 presos. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.
O motim no maior presídio do Estado, próximo à Capital, Natal, havia começado na tarde deste sábado, devido a uma briga entre as facções Primeiro Comando da Capital (PCC) e Sindicato do Crime. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, os policiais deverão agora fazer a contagem de corpos e a avaliação das instalações nas próximas horas.
Familiares dos detentos dormiram do lado de fora do presídio, aguardando notícias. Membros da Força Nacional, bombeiros e equipes de atendimento de emergência estão no local.
Leia mais:
MAPA: veja onde cada facção criminosa atua no Brasil
Líder de chacina "desaparecido" estava escondido no presídio em Roraima
Brasileira está presa há três meses por tráfico de drogas nas Filipinas
O número de vítimas fatais deve aumentar. Segundo a presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp) do Rio Grande do Norte, Vilma Batista, em entrevista a Zero Hora neste sábado, o total pode chegar a uma centena.
– De cima das guaritas, dá pra ver que superou Manaus (o massacre no Compaj registrou 56 mortos). É só cabeça sendo jogada por cima do muro – afirmou Vilma, que também coordena a Federação Nacional dos Servidores Penitenciários.
De acordo com o governo potiguar, o levante teve início com uma briga envolvendo presos dos pavilhões quatro e cinco, por volta das 17h de sábado (18h pelo horário de Brasília). O major da PM Wellington Camilo da Silva informou ao Estadão que os detentos invadiram uma sala do presídio onde eram guardados os armamentos, expulsaram os agentes penitenciários e tomaram conta da prisão. Os rebelados cortaram a energia do local, dificultando a visão e a atuação da polícia, que só foi restabelecida no final da noite.
A unidade prisional tem cerca de 1.150 presos e capacidade para 620 detentos, segundo a Secretaria de Justiça e Cidadania. O Rio Grande do Norte viveu uma crise de segurança pública no ano passado, com ataques a ônibus. A Força Nacional chegou a ser enviada para o Estado.
A rebelião deste sábado é mais um capítulo da guerra entre facções criminosas dentro de presídios, que ganhou força na virada do ano com a morte de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus, e, cinco dias depois, a matança de 31 detentos na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, em Boa Vista, Roraima.