Município de 55 município do Vale do Paranhana, Parobé foi acordada por uma explosão na madrugada desta terça-feira. Cerca de oito criminosos detonaram ao menos três caixas eletrônicos do Banco do Brasil, localizado na esquina das ruas Vera Cruz e Odorico Mosman, no centro da cidade. Durante a ação, parte do bando, munidos com fuzis, pistolas e espingarda, atirou contra prédios, incluindo o Banrisul, moradias e comércios, e atacou a guarnição da Brigada Militar, impedindo que os policiais se aproximassem.
Três brigadianos estavam de plantão no momento do ataque. Dois deles haviam acabado de chegar de uma ocorrência quando, por volta das 3h20min, ouviram uma forte explosão – o quartel fica a cerca de 200 metros do Banco do Brasil.
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Quando se deslocavam para averiguar o que estava acontecendo, os PMs foram interceptados por criminosos que efetuaram disparos em direção à guarnição. Ninguém ficou ferido e a viatura não foi atingida, mas os brigadianos tiveram de recuar e buscar uma rota alternativa para chegar ao centro da cidade. Pelo segundo acesso, eles foram novamente foram alvejados por disparos, agora de fuzis. No caminho, ainda depararam com diversos miguelitos (pregos retorcidos).
Um comerciário que mora em frente à agencia do Banco do Brasil acordou com barulhos e teve certeza de que era mais um ataque de assaltantes quando ouviu a explosão.
– O pior de tudo foi o tiroteio. Enquanto uns deles estavam dentro do banco pegando dinheiro, outros estavam tiroteando na rua. Quando fugiram, seguiram atirando. Foi de 40 a 50 tiros. Foi violento mesmo – conta o morador, que prefere não se identificar.
Na fuga, os criminosos seguiram atirando contra a BM e prédios. Eles teriam utilizado três carros, um Idea, um Siena e um Golf e seguiram pela ERS-230 em direção a Taquara e depois pegaram a ERS-020 para Gravataí. No trajeto, eles abandonaram o Idea e o Golf no limite de Taquara e Gravtaí e atearam fogo nos veículos. O Golf ficou completamente destruído. Após, a polícia acredita que eles tenham sido resgatados por outro carro. O Siene não foi localizado.
Policiais de São Leopoldo, Igrejinha e Sapiranga foram deslocados para reforçar as buscas dos criminosos. Os agentes acreditam que o grupo estivesse usando radiocomunicadores com a frequência da polícia, já que fugiram antes do reforço chegar com efetivos dos municípios da região. Até as 11h, ninguém havia sido preso.
Deic tenta identificar criminosos
Para o titular da Delegacia de Roubos do Departamento de Investigações Criminais (Deic), Joel Wagner, a forma como eles se dividiram, se posicionando na rota da BM, "demonstra uma organização" do grupo criminoso e até "experiência" nesse tipo de ação. Ainda na busca por identificá-lo, Wagner busca pistas.
– Cada organização criminosa possui uma assinatura. E tem certas preferências, como determinada instituição bancária, uma forma específica de agir, uma região, etc. É nisso que estamos trabalhando – afirma o delegado, que ainda aguardava a chegada da perícia de engenharia para averiguar os detalhes do ataque.
Conforme o delegado, há certeza de que ao menos cinco homens participaram do ataque – três aparecem nas imagens de câmeras colocando explosivos na agência e ao menos outros dois ficaram posicionados para impedir a cegada da Brigada. Mas, relatos de testemunhas, apontam para ao menos outros três.
Este é o segundo ataque a banco com explosivos no Estado em 2017. O primeiro ocorreu há 10 dias em Mato Castelhano, no Norte, em uma agência do Sicredi.
– Acreditamos que, pela localização e pelo alvo, seja um grupo diferente, talvez de origem catarinense. O de hoje está mais parecido com o de São Sepé (ocorrido na véspera de Natal), mas tudo ainda depende de investigação – concluiu Wagner.