O vereador Vânio Presa (PMDB), de Alvorada, na Região Metropolitana, foi preso na tarde desta sexta-feira após se apresentar no Fórum do município. Segundo o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS), o político não sabia que havia um novo pedido de prisão preventiva expedido pela Justiça contra ele. Inclusive, Presa foi até o local para apresentar o habeas corpus que o livraria de uma detenção no processo.
No entanto, o habeas corpus, acatado pelo Tribunal de Justiça, era de uma primeira ação referente à Operação Alderman, deflagrada em 8 de novembro. O vereador é investigado por captação e gastos ilícitos de recursos eleitorais cumulada com ação de investigação judicial eleitoral. Presa está detido na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) de Alvorada.
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O novo pedido de prisão preventiva foi autorizado após ação de cunho eleitoral, ajuizada na quinta-feira, apontar que ele financiou parte da campanha dos candidatos eleitos à prefeitura municipal com recursos ilícitos provenientes de crimes de lavagem de dinheiro, agiotagem, falsidade documental, crimes licitatórios e organização criminosa.
Após os indícios de crime eleitoral envolvendo a chapa vencedora do pleito na cidade, a Justiça da 124ª Zona Eleitoral, respondendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral, determinou, liminarmente, a suspensão da diplomação do prefeito eleito de Alvorada, José Arno Appolo do Amaral, e do vice-prefeito eleito, Valter Luiz Slayfer, programada para ocorrer na tarde desta sexta-feira. Ainda cabe recurso da decisão.
"Farra das diárias"
Em setembro deste ano, reportagem especial de Zero Hora mostrou 10 vereadores da Região Metropolitana que, sozinhos, gastaram R$ 483.745,83 em diárias de viagem entre janeiro de 2013 e junho de 2016.
Segundo o levantamento, o vereador Vânio Presa apareceu como o político que mais recebeu diárias em relação a todos os demais parlamentares da Região Metropolitana. Em 37 viagens feitas em três anos e meio, Presa consumiu R$ 55.658,50. Sozinho, gastou mais do que todos os parlamentares de Canoas gastaram em três anos e meio: R$ 44,3 mil.
Contrapontos
A reportagem da Rádio Gaúcha entrou em contato com o prefeito eleito de Alvorada que afirmou que respeita a decisão da Justiça, mas nega as acusações:
"Eu quero deixar claro o meu respeito pela Justiça de uma forma geral, embora discorde absolutamente dessa decisão. Eu fiz uma campanha pobre, com meus recursos, e por uma má interpretação foi dada essa decisão que eu não concordo", disse Appolo.
Procurado por Zero Hora, o advogado Diego de Souza Beretta, integrante da defesa do vereador Vânio Presa, disse que o segundo pedido de prisão preventiva é "totalmente injusto e ilegal, porque não parte de um pedido na ação penal do Ministério Público, mas exclusivamente da de decisão de um juiz de ofício. Beretta “desconfia" que a atitude do magistrado é uma represália:
– Acho estranho o juiz pedir essa segunda prisão preventiva logo após conseguirmos o habeas corpus na Justiça – afirmou Beretta.
O advogado também afirmou que a equipe de defesa do vereador está entrando com um pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio Grande do Sul.
*Zero Hora com informações da Rádio Gaúcha