Uma pesquisa sobre segurança pública divulgada nesta terça-feira (13) mostra que 83,5% dos moradores de Porto Alegre mudaram hábitos devido à violência. A pesquisa foi encomendada pela Associação de Oficiais da Brigada Militar (ASOFBM).
Foram ouvidos 400 moradores, de 66 bairros de Porto Alegre e de todas as classes sociais, entre os dias 25 de outubro e 3 de novembro.
Dos moradores que afirmaram que a rotina foi alterada pela insegurança, 34,7% admitiram não sair à noite. Outros disseram que evitam levar celular, carteira e bolsa quando não é extremamente necessário.
Os dados ainda mostram que praticamente todos os entrevistados (96,8%) perceberam aumento da violência nos últimos dois anos. Do total, 71,1% pensam sempre ou muitas vezes na possibilidade de ser assaltado, e quase 60% na possibilidade de ser assassinado.
Transporte coletivo
Chamou atenção da Associação dos Oficiais e do instituto de pesquisa Segmento a sensação de insegurança nas paradas de ônibus, porque 83% dos entrevistados disseram que não se sentem seguros enquanto esperam pelo transporte. Quando ingressam no coletivo, a sensação de insegurança permanece praticamente inalterada.
"É um descalabro o sentimento do porto-alegrense a estar em parada de ônibus, a subir no ônibus. É um descalabro a percepção que pode ser assaltado e esse assalto resultar em morte", lamenta o presidente da ASOFBM, coronel Marcelo Gomes Frota.
Avaliação das instituições
Questionados sobre a percepção do governo Sartori em geral, 79,3% dos entrevistados consideraram a administração ruim ou péssima. No quesito segurança pública, a reprovação chega a 87,8% dos pesquisados.
Sobre quem consideram culpados, 60,5% consideram o governo estadual e outros 10% o judiciário.
