Detentos do Presídio Estadual de Getúlio Vargas, no Norte do Estado, colocaram fogo em colchões na manhã desta quarta-feira. Conforme Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe), quatro presos morreram e pelo menos 15 ficaram feridos, alguns em estado grave.
Inicialmente, a Brigada Militar e os Bombeiros da cidade haviam informado que eram cinco vítimas fatais. Também havia a informação de que o fogo começara por causa de uma rebelião, mas a Susepe apura se o incêndio foi ação de um único preso, que seria do regime semiaberto. Segundo a Susepe, os agentes penitenciários não estão paralisados na cidade.
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Conforme o tenente-coronel Eliel Souza Roque, do 13º Batalhão de Polícia Militar, de Erechim, o fogo começou em uma cela e a fumaça atingiu galerias. As vítimas, que estavam na cela de triagem, teriam morrido por asfixia. A situação estaria controlada, mas houve danos no sistema elétrico do presídio e deve ser necessária a transferência de presos.
Desde o final de semana, estão ocorrendo incidentes em presídios devido à ação dos agentes, que decidiram trancar ou atrasar visitas. Na segunda-feira, a categoria decretou paralisação por causa da votação do chamado pacote contra crise na Assembleia Legislativa.
A paralisação interfere na rotina de visitas de familiares aos detentos, o que contribui para a agitação dos presos, especialmente, em época de festas como Natal e Ano-Novo.
O sindicato dos agentes penitenciários contabiliza problemas em sete presídios desde a deflagração da greve: Charqueadas, Uruguaiana, Passo Fundo, São Borja e, nesta quarta-feira, em Getúlio Vargas, Osório e Pelotas.
Conforme o presidente do sindicato, Flávio Berneira, foi montado um comitê de crise na entidade para discutir a situação e os próximos passos. Ainda não é considerada a possibilidade de suspender a greve.
_ O que acirrou os ânimos da categoria foi o envio de projeto para a Assembleia sem discussão conosco. Estamos sem promoções há dois anos, com salário parcelado, sem 13º salário. Tenho pedido ao secretário Schirmer (Cezar Schirmer, da Segurança Pública) atenção para essa situação, que tendem a se agravar nas próximas horas _ diz Berneira.