Integrantes do movimento Armas Pela Vida realizaram manifestação pelo “direito de defesa” em Porto Alegre na tarde deste domingo. O grupo se reuniu no Parcão para participar do ato que defende a liberação do porte de armas pelos cidadãos e recolhe assinatura de apoio a um projeto de lei que modifica dispositivos do Estatuto do Desarmamento.
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Segundo a coordenação, o Armas Pela Vida conta com 10 líderes e foi criado há cerca dois meses por profissionais liberais, advogados, engenheiros e estudantes.Segundo a organização do evento, cerca de 200 pessoas participaram da mobilização que ofereceu palestras e debates informativos sobre as armas no Brasil e a utilização delas na defesa do cidadão. Conforme um dos coordenadores, o advogado João Pedro Petek, 29 anos, a intenção é discutir, entre outros quesitos, a "cultura das armas".
– Nosso movimento tem como objetivos principais promover a conscientização quanto à cultura das armas no Brasil e discutir a renovação do Estatuto do desarmamento, mas também queremos debater soluções para a segurança no nosso país, porque nossas forças de defesa não conseguem controlar a obtenção e a entrada de armas ilegais no Brasil, e isso é um grande problema – afirma Petek.
Uma das participantes do evento, a assistente social e mãe de um dos coordenadores do Armas Pela Vida, Beatris Conter Arruda, 53 anos, defende o direito da população conseguir comprar e portar armas de fogo mediante legislação mais branda. Em dezembro de 2015, ela foi abordada por três criminosos armados enquanto chegava em uma clínica veterinária na Avenida Bento Gonçalves. Foi obrigada a entregar a bolsa e a chave do automóvel.
– Eles entraram no meu carro, mas não conseguiam ligar a ignição. Um mecânico que arrumava um caminhão próximo ao local me ajudou e me escondeu dentro do veículo. Se não fosse ele, os bandidos teriam me levado junto e me matado, porque eles ficaram me procurando no local até que um quarto bandido conseguiu ligar o carro e eles fugiram. Até hoje não recuperaram meu automóvel.
Beatris ainda disse que, após o roubo, permaneceu a preocupação pela insegura, porque dentro da bolsa, levada pelos bandidos, estavam contas com o endereço de sua casa.
– Pensei até em sair da cidade. Coloquei minha casa à venda por um tempo – desabafou a assistente social, que frisou achar "fantástico" o ideal do Armas Pela Vida, porque “o movimento busca "defender o cidadão de bem".
– Queremos acesso às armas simplesmente para podermos nos defender, não para matarmos uns aos outros. Se o ladrão sabe que a maioria da população está armada, ele vai pensar duas, três ou quatro vezes antes de assaltar – defendeu.
O Armas Pela Vida criou petição online em favor do projeto de lei 3.722/2012, de autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-RS), que prevê flexibilidade nas regras para o porte e a compra de armas de fogo no Brasil.
Esse foi o primeiro evento promovido pelo grupo que pretende entregar a petição nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
*Zero Hora