A Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Administração Pública e a Ordem Tributária (Deat) do Departamento Estadual de Investigação Criminal (Deic) finalizou o inquérito que apurava fraude no Banrisul e indiciou 39 pessoas. Entre os envolvidos, há dois ex-funcionários do banco, empresários e laranjas. O golpe foi estimado em R$ 7,5 milhões e consistia em montar empresas de fachada para realizar empréstimos fraudulentos. Pelo menos 15 empresas suspeitas foram abertas.
Apesar de 39 indiciados, 27 foram presos na época em que foi deflagrada a "Operação Stellio", em abril deste ano. No entanto, dez dias depois, todos estavam soltos. O delegado Daniel Mendelski diz que isso já era previsto, tanto é que, ao remeter o inquérito para a Justiça de Viamão, não pediu novas prisões. Os crimes apurados são: estelionato contra a administração pública, falsidade ideológica, associação criminosa, agiotagem e lavagem de dinheiro.
– Uma etapa foi concluída, mas continuam as investigações sobre fatos complementares – destaca Mendelski.
A polícia ainda apura se houve mais fraudes contra o Banrisul e também contra outros bancos no Rio Grande do Sul.
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A ação foi desencadeada no dia 26 de abril deste ano para desarticular uma organização criminosa que aplicava golpes financeiros com desvio de verbas públicas. A polícia cumpriu mais de 200 mandados judiciais em 12 cidades gaúchas, obtendo também 120 bloqueios de ativos financeiros e de bens.
Em relação à fraude, após montar as empresas de fachada, os criminosos apresentavam cheques sem fundo e bens que haviam sido obtidos com documentos falsos como garantia. Depois, o dinheiro era desviado para contas bancárias dos investigados. As ações sempre ocorriam com a conivência de bancários e as instituições financeiras acabavam sendo lesadas pelo esquema. A primeira fraude aconteceu no Banrisul de Viamão em 2014.