A Polícia Federal (PF) deve assumir a investigação dos dois ataques a tiros cometidos contra o comitê de Nelson Marchezan Júnior (PSDB) na madrugada de segunda-feira. De acordo com a assessoria da PF, o órgão instaurou o inquérito com base no contexto eleitoral envolvendo o caso – o local, o período e o fato de terem ocorrido disparos contra o comitê –, além da Lei de Segurança Nacional, que prevê que a PF investigue casos envolvendo "atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político".
A PF já realizou perícia no comitê, mas não dá detalhes do andamento das investigações. Na manhã desta terça-feira, a Polícia Civil, que também teve perícia realizada pelo Instituto Geral de Perícias (IGP), seguia dando continuidade ao inquérito aberto também no dia anterior, aguardando uma decisão dos chefes das polícias sobre a competência do caso.
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Segundo o delegado César Carrion, titular da 2ª Delegacia de Polícia, as hipóteses são de vandalismo e tentativa de homicídio. A suspeita levantada pelo prefeito José Fortunati (PDT), de que o alvo seria um dos seguranças do comitê, que também seria policial civil, ainda dependem de apuração.
– Até então, ninguém, nenhuma testemunha, havia apontado nessa direção. Ficamos sabendo pela Zero Hora. Como ninguém da prefeitura nos procurou, vamos atrás do prefeito e seus assessores para saber melhor que história é essa – afirma Carrion.
Segundo Fortunati, uma servidora municipal disse que seu irmão, um policial civil, participou de uma operação em uma vila há algum tempo, em que houve apreensões, estava no comitê de Marchezan na madrugada de segunda-feira e seria o alvo dos ataques. Ainda conforme o prefeito, a casa do policial, localizada em um bairro popular da Capital, também teria sido alvo de tiros na madrugada.
A assessoria de Marchezan diz que não sabe se que algum dos seguranças contratados é policial, pois a coligação contratou uma empresa para realizar o serviço e que não tem conhecimento detalhado dos funcionários.
Como ocorreram os ataques
No primeiro ataque, à meia-noite, quando teria sido feitos dois disparos, um único vigia estava no local. Ele chamou reforço e registrou ocorrência. Mais de uma hora depois, quando foram disparados cerca de 10 tiros, quatro pessoas estavam no comitê – um assessor parlamentar de Marchezan, o vigia que estava de plantão e outros dois seguranças terceirizados.
Uma tentativa de invasão ao comitê, depois do segundo ataque, de um homem armado, foi denunciada pelos funcionários à polícia, mas ainda está sendo apurada pela polícia.
– Imagens de câmeras mostram o carro prata passando duas vezes pelo comitê e passageiros atirando com o carro em movimento, eles não param. Vamos pedir para ver imagens gravadas mais tarde para saber o que houve nesse possível terceiro ataque – afirma o delegado Carrion.
*Zero Hora