A Polícia Civil confirmou na tarde deste domingo (23) que o empresário Marcelo Oliveira Dias, 44 anos, morto na frente da filha na quinta-feira, foi confundido com um traficante. O objetivo dos executores era matar um criminoso que seria braço direito do homem chamado de "ET", líder do tráfico no Beco do Adelar, entre bairros Serraria e Aberta dos Morros, zona sul de Porto Alegre.
Na noite de ontem, 10 pessoas foram presas pela Brigada Militar e uma morta na região após nova tentativa de execução do traficante no Beco do Adelar. Após isso, os suspeitos foram interrogadas e se comprovou a participação de dois deles no homicídio do empresário.
"Marcelo foi vítima de circunstância inter-relacionada do tráfico de drogas. O objetivo era matar o traficante e enfraquecer a quadrilha, o que não acabou ocorrendo" disse delegado Emerson Wendt.
Foi preso Carlos Henrique dos Santos Duarte, o "Beiço". Ele atirou ao menos cinco vezes no empresário. O motorista do Fiesta branco usado no crime foi morto após confronto com os PMs na operação. Ele foi identificado como Régis Maurício Lima Alves. Uma adolescente foi encontrada em casa pela equipe da 6ª Delegacia de Homicídios. Ela foi usada pelos criminosos para identificar a vítima.
Um dos envolvidos na morte está foragido. O homem foi identificado como Rafael Panosso de Albuquerque, conhecido como Xuxa. Ele teria disparado nove vezes contra o carro da vítima.
Responsável pela investigação, a delegada Elisa Souza disse que existe uma disputa pelo tráfico de drogas entre criminosos da Vila dos Sargentos e do beco do Adelar. "Chegamos a conclusão que três indivíduos executaram o Marcelo", afirmou ela ao reforçar que o alvo dos bandidos estava no supermercado no momento do crime, mas conseguiu fugir.
Uma coletiva de imprensa ocorre neste momento em Porto Alegre, com a presença do secretário estadual da Segurança, Cezar Schirmer.
Morto na frente da filha
No início da noite de quinta-feira, um grupo de criminosos assassinou o empresário no estacionamento do Zaffari Cavalhada. Dentro do Peugeot branco estava também a filha de Dias, de quatro anos, que, mesmo baleada no pescoço, se abraçou ao pai até ser socorrida.
A criança foi levada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao Hospital de Pronto Socorro (HPS) da Capital. Ela recebeu alta na sexta-feira.