O comitê de campanha candidato à prefeitura de Porto Alegre Nelson Marchezan Júnior (PSDB), localizada no número 1.555 da Avenida Ipiranga, na esquina com a Avenida Azenha, no bairro Azenha, foi alvo de disparos no início da madrugada de segunda-feira.
Um único vigilante, Fábio Sartori Pinto, 41 anos, estava no local no primeiro ataque. Segundo ele, dois disparos foram efetuados, mas não chegaram a atravessar ou quebrar janelas. Na segunda vez, outras pessoas da equipe foram ao comitê, e cerca de 10 tiros quebraram parte dos vidros. Funcionários terceirizados da segurança perseguiram o Focus prata, com placas de Ijuí, mas ninguém foi detido. A suspeita é de que o carro seja clonado.
– Procurei me proteger, mas não tinha muito como, porque é tudo vidro. Então me atirei no chão até o fim da situação. Aguardei acabar para ver o que aconteceu e chamar ajuda – lembra o vigia, que estava com mais três pessoas quando o segundo ataque aconteceu.
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Marchezan, que havia sido deixado em casa pouco antes dos primeiros disparos, disse que ficou "chocado" ao ser comunicado do ataque. Ele afirma que BM, Polícia Civil e Polícia Federal, cuja sede fica a menos de uma quadra do comitê, foram avisados.
– Não foram ataques ao comitê. A gente imagina que foi algo preparado, porque ocorreram dois disparos à meia-noite e quando as pessoas voltaram, foram disparos direcionados contra as pessoas. São 60 metros, se não mais, de vidro, e os tiros foram na direção dessas pessoas que estavam ali paradas. Foi uma tentativa de homicídio – afirmou o candidato.
O tucano disse, ainda, que espera que o caso seja desvendado o quanto antes e, os criminosos, presos. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que ainda desconhece a autoria e a motivação dos ataques.
Na noite desta segunda-feira, o prefeito José Fortunati informou a Zero Hora que uma rixa entre um policial civil que trabalharia na equipe de segurança de Marchezan e criminosos seria o motivo dos tiros contra o comitê.
– O irmão dessa servidora é policial e, um tempo atrás, participou de uma operação em uma vila na qual houve confronto e apreensão de armar. Esse policial estava no comitê do Marchezan na noite. Quem foi lá, queria matar esse segurança – afirmou o prefeito.
Segundo o delegado César Carrion, titular da 2ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, responsável pelo caso, essa hipótese não estava sendo investigada pela polícia, que, até o momento, trata o caso como vandalismo ou tentativa de homicídio. O titular da 2ª DP disse que vai avaliar a suposição do prefeito.
Carrion disse que ouviu duas testemunhas nesta segunda-feira. Um dos coordenadores da segurança de Marchezan e o vigilante que estava no local durante os primeiros disparos. Segundo o delegado, nenhum dos dois é policial. Carrion vai realizar outras oitivas na terça-feira.
*ZERO HORA