Uma quadrilha de ladrões de banco provocou horas de terror à população de Cerro Grande do Sul, na madrugada deste sábado, na região Centro-Sul do Estado, a 110 quilômetros de Porto Alegre.
O bando, integrado por pelo menos 10 homens, armados com fuzis e espingardas isolou a quadra em torno da agência do Sicredi, no centro da cidade de 11,3 mil habitantes, explodiram o estabelecimento e roubaram dinheiro do cofre e dos caixas eletrônicos. Na fuga, os criminosos levaram dois jovens como reféns, liberados logo depois, em uma estrada vicinal do município. A quantia levada não foi revelada e ninguém ficou ferido.
O ataque ocorreu por volta da 1h, quando moradores ouviram a primeira de quatro explosões na sala de autoatendimento do Sicredi, na Avenida Coronel Arthur Emílio Jenisch, distante uma quadra do quartel da Brigada Militar e da delegacia da Polícia Civil. No quartel estariam apenas um PM de plantão.
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A força da detonação teria jogado um caixa eletrônico para o terreno ao lado e arrebentou as vidraças do estabelecimento, facilitando a chegada dos bandidos até o cofre. Quatro homens teria sido visto dentro do Sicredi e lá permaneceram por cerca de 15 minutos. Enquanto isso, comparsas dos assaltante vigiavam as quadras do entorno.
– Sexta-feira à noite muita gente vai para barzinho, caminha pela praça, e quem se aproximava do banco era rendido e tinha de ficar ali sob a mira de armas – conta um vizinho que preferiu não se identificar.
Assim que ocorreram as explosões, PMs Tapes e Camaquã _ as cidades mais próximas, distantes cerca de 50 quilômetros _ foram acionados, fizeram buscas, mas não conseguiram interceptar o bando até o final da manhã deste sábado.
Ao deixar a agência, bandidos levaram dois rapazes como reféns sobre o capô de uma caminhonete, obrigando as vítimas a se agarrarem no rack veiculo, iniciando a fuga sob uma saraivada de tiros, disparando contra o prédio da Polícia Civil, perfurando automóveis e árvores.
– Saíram tocando o horror. Era muito tiro para todos os lados. Parecia aqueles cenas que a gente vê no Rio de Janeiro – lembra o vizinho do banco.
O delegado João Paulo Abreu, da Delegacia de Repressão a Roubos, ligada ao Departamento Estadual de Investigações Criminais, assumiu a investigação do caso. Ele apura se há relação com o bando que atacou outros bancos nos últimos dias em Riozinho e Bom Retiro do Sul. Informações podem ser repassadas de forma anônima pelos telefones 0800-5102828 ou (51) 8418-7814, e também pelo endereço eletrônico www.pc.rs.gov.br.
Em janeiro de 2000, Cerro Grande do Sul, foi palco da mais violenta ação na cidade, quando uma quadrilha atacou o quartel da BM, algemou PMs, roubou dois revólveres e duas pistolas dos policiais e depois assaltou a agência do Banrisul.