Mais prisões, menos carros roubados e nenhum latrocínio na Capital na primeira semana de presença da Força Nacional de Segurança nas ruas de Porto Alegre. O balanço dos primeiros sete dias de presença do reforço de 120 policiais na cidade poderia ser plenamente positivo, não fosse por uma cifra ainda alarmante. A semana repetiu a média de duas pessoas assassinadas diariamente na cidade já verificada ao longo do ano.
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Entre os 14 crimes registrados em Porto Alegre da manhã de 30 de agosto até a manhã de 6 de setembro, somente três não aconteceram em bairros considerados conflagrados pelas disputas do tráfico de drogas – um deles em reação a um assalto.
A Operação Avante registrou 32 prisões nos primeiros sete dias da Força Nacional. Em média, foram 4,5 prisões diárias. É 66% superior ao que se registrava, em média, desde janeiro. Neste balanço, no entanto, ocorreram somente cinco prisões por tráfico de drogas, porte ilegal de arma e roubo, considerados de maior potencial ofensivo. Outros cinco registros, por exemplo, foram em capturas de foragidos.
Ainda é cedo para se ter um parâmetro, mesmo assim, os dados estão sendo divulgados para já se ter uma noção de como foi o combate ao crime nestes sete dias com a presença deste efetivo na Capital. Em relação aos homicídios, não houve mudança, ou seja, os números se mantiveram idênticos com uma média de dois por dia, tanto antes da FNS quanto na primeira semana da presença destes agentes na cidade. Isso pode se explicar porque eles não estão atuando em áreas conflagradas pelo crime.
ASSASSINATOS*:
515 homicídios e 25 latrocínios no ano em Porto Alegre
Média de 1 latrocínio a cada 10 dias
Média de 2 homicídios a cada dia
(*) Levantamento do Diário Gaúcho
Dar um freio às mortes na periferia, para o comandante do policiamento da Capital, coronel Mario Ikeda, será o desafio deste reforço no efetivo nas próximas semanas.
– Na primeira semana, eles estavam conhecendo a cidade. Dá a impressão de que só agiram em áreas mais centrais, mas o deslocamento pelos principais eixos da cidade é mais fácil. É questão de tempo para dominarem a área e atuarem em regiões mais afastadas e conflagradas. A Força Nacional vai atuar, sim, em toda Porto Alegre – garante o oficial.
Segundo ele, o primeiro objetivo da Força Nacional na cidade era melhorar a sensação de segurança nas ruas.
– As pessoas precisam ver que há o policiamento – afirma.
PRISÕES*:
628 prisões da Operação Avante desde 28 de janeiro
32 prisões na primeira semana da Força Nacional de Segurança
Média de 2,7 prisões por dia antes da Força Nacional
Média de 4,5 prisões por dia com a Força Nacional
(*) Dados SSP-RS
O comando não revela quais foram as escalas de serviço da Força Nacional na primeira semana, mas o coronel afirma que, na noite de segunda, eles fizeram abordagens no Bairro Mario Quintana, onde pelo menos nove pessoas foram assassinadas desde o início de agosto.Os 120 agentes reforçam, na Capital, os demais 160 PMs – 100 deles vindos do Interior – na Operação Avante, iniciada no final de janeiro.
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São agora 310 policiais dedicados ao chamado policiamento repressivo.
– São barreiras e abordagens pontuais com o objetivo bem definido: reduzir índices de criminalidade – sustenta Ikeda.
Queda nos roubos de veículos
A primeira semana da Força Nacional de Segurança confirmou uma tendência de queda nas médias de roubos de veículos na Capital que já vinha se observando desde o mês passado.
Enquanto o primeiro semestre fechou com uma média de 24,4 carros roubados a cada dia na cidade, em agosto, este número caiu para 19 ao dia. Na primeira semana das ações de reforço, foram 115 carros roubados em Porto Alegre. Uma média de 16,5 por dia.
ROUBOS DE VEÍCULOS*:
22 carros são roubados, em média, por dia em Porto Alegre em 2016
16,5 carros foram roubados, em média, por dia na primeira semana da Força Nacional.
(*) Dados da SSP-RS
Para o diretor de investigações do Deic, delegado Sander Cajal, a presença da Força Nacional somou-se a outros fatores que priorizam o combate aos roubos de veículos.
– Temos feito diversas investigações, com prisões importantes, contra quadrilhas especializadas e desmanches. Ações da Operação Avante também já vinham surtindo efeito – avalia.