O homem que alvejou e matou o candidato a prefeito de Itumbiara (GO), José Gomes da Rocha (PTB), e o cabo da Polícia Militar Vanilson João Pereira, durante uma carreata, na quarta-feira, havia processado a prefeitura em uma ação trabalhista.
Gilberto Ferreira do Amaral, autor dos disparos que atingiram também o vice-governador de Goiás, José Elilton Junior, e o advogado da prefeitura local, Célio Resende, era funcionário da prefeitura havia 17 anos e reclamava o pagamento de horas extras no período de 2009 e 2013. Nesse período, José Gomes era prefeito da cidade e teria se negado a fazer acordo para encerrar a ação trabalhista.
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A prefeitura acabou perdendo a ação e foi condenada a pagar cerca de R$ 12 mil, mas vinha protelando o pagamento, o que levou o Tribunal de Justiça de Goiás a bloquear as verbas do município. Amaral não estava satisfeito com o valor que iria receber.
De acordo com funcionários da prefeitura, ele também reclamou pelo não recebimento por supostos serviços prestados ao ex-prefeito como motorista em campanhas políticas anteriores. Amaral foi admitido em 1998 na função de pedreiro, mas passou a trabalhar como motorista.
O Ministério Público de Goiás, que acompanha as investigações, não descarta crime político. De acordo com o promotor Clayton Korb Jarczewki, o alvo do criminoso era o ex-prefeito e as outras pessoas foram atingidas porque estavam próximas dele. Segundo ele, por ter manifestado descontentamento com a vítima, o servidor pode ter sido induzido por outras pessoas a praticar o crime.
A Polícia Civil já ouviu familiares e pessoas próximas de Amaral, entre eles, um irmão e um sobrinho do atirador, mas não divulgou os depoimentos.
O assassino era considerado um homem pacífico. No passado, Amaral teve relação mais próxima com o ex-prefeito.
Vítimas de atentado são veladas em clima de comoção
Uma mistura de tensão e comoção marcou, na tarde desta quinta-feira, os velórios de José Gomes da Rocha e de Vanilson João Pereira. Pelo menos três mil pessoas, segundo a Polícia Militar, tomaram o salão e as imediações do Teatro Municipal, onde às 14h30min, teve início o culto de corpo presente na despedida do candidato. Desde a manhã, milhares de pessoas fizeram fila para ver o corpo. Inicialmente, apenas os familiares e amigos eram admitidos no recinto.
O corpo do policial foi velado no salão de uma funerária local e seguiria para o mesmo cemitério. Estavam previstas honras militares no sepultamento.