A 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (6ª DHPP) de Porto Alegre está mapeando a região da Vila Cruzeiro do Sul em busca de pistas dos autores dos disparos que feriram a advogada Isadhora Bolônia de Oliveira, 22 anos. Atingida na cabeça, a jovem segue na Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital de Pronto Socorro (HPS) desde a madrugada de sábado, após o carro em que estava ter cruzado uma zona de conflito entre traficantes de drogas.
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A dona do veículo, a estudante Marcelli Cipriani Rodrigues, 25 anos, escapou ilesa dos tiros e ainda conseguiu, mesmo com dois pneus furados, levar a amiga para o HPS. Para a Polícia Civil, a hipótese mais provável para os disparos é de que o Fiesta tenha atravessado a Vila Cruzeiro no momento em que facções rivais mediam forças pelo controle de bocas de fumo, situação corriqueira na região e com confrontos frequentes a qualquer hora do dia.
Marcelli prestou depoimento nesta segunda-feira pela manhã à 6ª DHPP. Narrou que circula com cuidado pela cidade em direção à zona sul da Capital para visitar os pais e que tem por hábito cortar caminho por dentro do Morro Santa Tereza, sem jamais ter sido importunada. A estudante disse seguir sempre a mesma rota, subindo a Rua Corrêa Lima e depois alcançando a Rua Cruzeiro do Sul. Em razão do caso da madrugada de sábado, Marcelli teve dificuldades de lembrar o ponto exato em que o carro foi alvejado.
Passava das 5h, e as duas amigas voltavam do bairro Cidade Baixa. A polícia suspeita que os tiros tenham origem em algum trecho das ruas Banco da Província e Dormênio, considerada como zona de fronteira entre duas violentas quadrilhas estabelecidas na Vila Pantanal e na Vila 27. Os bandos estão em guerra declarada, envolvendo também facções do bairro Bom Jesus e das vilas Jardim e Farrapos. Os conflitos resultaram em pelo menos 50 homicídios desde o começo do ano em Porto Alegre.
– Acredito em uma fatalidade. Elas ficaram na linha de tiro das quadrilhas – afirmou a delegada Elisa Ferreira de Souza.
Na busca de pistas pelos autores dos tiros, agentes da 6ª DHPP refizeram nesta segunda-feira o trajeto descrito pela estudante. Estão à procura de imagens de câmeras no percurso e de informações sobre tiroteios.