O Ministério Público ajuizou, em regime de plantão, na noite desta sexta-feira, uma ação civil pública de atos de improbidade administrativa contra os seis investigados de exigir propina para soltar presos apresentados à Delegacia de Pronto Atendimento de Alvorada. Instantes depois, a Justiça de Alvorada acatou pedido liminar e determinou o imediato bloqueio de bens móveis e imóveis dos investigados na Operação Depuração. O limite de bloqueio de valores nas contas bancárias dos seis é de R$ 100 mil.
Estão presos o delegado Eduardo Luiz Moraes, dois policiais civis, um comparsa do grupo e a advogada Graziele da Silva Batista, que estava foragida e se apresentou no MP nesta sexta. O ex-soldado da Brigada Militar Antônio Vergílio Fortes Martins segue foragido.
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As investigações, iniciadas em maio deste ano, apontam que o grupo cobrava valores acima da fiança e se apropriavam do excedente. O ex-PM e a advogada ficavam do lado de fora da delegacia, fazendo a intermediação da cobrança junto aos familiares dos presos. A cada plantão, estima-se o lucro de R$ 2 mil a R$ 5 mil. São realizados em média dois plantões por semana.
Além disso, eles consultavam indevidamente o sistema restrito à segurança pública para verificar se determinado veículo poderia ser indevidamente restituído, clonado ou adulterado, bem como avisavam a terceiros sobre eventuais investigações policiais em andamento. Os fatos ocorreram na Delegacia de Pronto Atendimento de Alvorada, pelo menos entre março e junho de 2016.