O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, delegado Paulo César Jardim, indiciou nesta terça-feira o agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) Daniel Baldasso, 33 anos, por tentativa de homicídio com dolo eventual, com agravante de não permitir a defesa das vítimas. O homem é suspeito de atrapalhar voos de helicópteros da Brigada Militar (BM) e da Polícia Civil durante protestos realizados na área central da Capital neste ano, assumindo, com isso, o risco de derrubar aeronaves sobre os integrantes das manifestações. As informações são do blog Caso de Polícia, da Rádio Gaúcha.
Além da tentativa de homicídio, Baldasso também foi indiciado por colocar em risco o voo do helicóptero, impedindo e dificultando a navegação. Baldasso é agente de fiscalização da EPTC, mas desempenha atualmente funções no setor administrativo. Segundo Jardim, o funcionário foi flagrado usando o laser para mirar o rosto dos pilotos.
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Em um dos casos, registrado pela polícia durante o protesto de 17 de abril – data em que o plenário da Câmara votou a admissibilidade do impeachment de Dilma Roussseff –, um tripulante quase perdeu o controle da aeronave enquanto monitorava a passeata, porque foi cegado pelo laser. Ele só conseguiu evitar uma queda porque foi auxiliado pelo outro piloto.
Na semana passada, foi cumprido um mandado de busca e apreensão na residência do servidor. O laser ainda não foi encontrado. No entanto, foram apreendidos produtos e equipamentos para recarregá-lo. Em depoimento à polícia, o agente disse que não tinha nada a declarar.
– Eu fiz 19 perguntas pra ele, que só respondeu "nada a declarar". Queria saber o que se passou na cabeça dele, se ele tinha noção de que podia matar as pessoas – comenta o delegado.
O suspeito não tem antecedentes criminais e agora responderá à Justiça sobre o caso. Por meio de sua assessoria de imprensa, a EPTC informou que ele continua trabalhando. Quanto a resultados de exames psicotécnicos feitos pelo agente para sua admissão, a autarquia alegou que informação não é pública.
Baldasso é funcionário da empresa desde dezembro de 2009, tendo sido selecionado via concurso público e não possui problemas em seu histórico funcional. A EPTC destacou que "segue aguardando a conclusão do caso para verificar se tomará alguma providência" e ressaltou que o funcionário "não estava trabalhando, segundo a investigação" no momento em que utilizou o laser.