A avó da menina que foi estuprada por até 30 criminosos no Rio de Janeiro contou, nesta sexta-feira, que a neta está muito deprimida e ainda sentindo fortes dores pelo corpo. Em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, a mulher, que teve a identidade preservada, também relatou que a família da vítima está assustada com a repercussão do caso e acredita estar se "expondo" muito com entrevistas sobre o caso.
– Ela está muito deprimida. Não quer falar nada, não quer que a gente toque no assunto. Ela ainda está sentindo muitas dores, apesar de estar medicada – diz a avó da garota. – A família está muito assustada. Acho que todo mundo tem (medo). A gente está se expondo muito, inclusive acho que deveríamos parar com isso (dar entrevistas). Além do desgaste todo, isso mexe com o emocional. Cada vez que damos entrevista a gente lembra de tudo que aconteceu – afirma.
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Ela recorda, ainda, que depois do crime, a neta chegou em casa com "aspecto deprimente, descabelada, com roupas masculinas, toda rasgada e descalça".
Ouça a entrevista ao TimeLine:
– Ela saiu de casa na sexta à noite dizendo que ia a um baile funk na comunidade em que aconteceu. Chegou só na segunda-feira. Não quis conversar com os pais, não quis dizer nada. Foi comer e dormiu. Mas na terça-feira ela voltou para a mesma comunidade porque queria reaver o celular dela que algum deles havia roubado. Aí um rapaz trouxe ela de volta para casa – lembra a avó da menina.
A família soube o que aconteceu pelo depoimento da garota à polícia e pela repercussão do caso nas redes sociais. Agora, a avó espera por Justiça para o caso da neta.
– Espero que a polícia tome providências para que isso não aconteça mais. Esperamos que a punição sirva para que eles (os suspeitos do crime) se tornem seres humanos melhores e não venham a cometer novamente essas atrocidades. E até uma utopia pensar que isso vá ocorrer. A gente vê o nosso sistema carcerário precário, incapaz de devolver essas pessoas para a sociedade para conviverem com cidadãos de bem. Muitos conseguem, mas não é a maioria.
*Rádio Gaúcha