Na última sexta-feira (03), a Secretaria Estadual da Segurança divulgou nota após recomendações de melhorias no Presídio Central de Porto Alegre feitas pela Comissão de Diretos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Entre os itens abordados, estavam os homicídios na cadeia. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o secretário em exercício, Juarez Pinheiro, foi categórico ao afirmar que nenhum homicídio ocorreu nos últimos três anos.
Entretanto, um dos juízes responsáveis pela fiscalização dos presídios na Grande Porto Alegre contesta essa afirmação. Sidinei Brzuska garante que ocorreram homicídios no período entre 2011 a 2013. O magistrado conta que para não chamar a atenção das autoridades, os presos fazem com que os assassinatos pareçam mortes naturais.
Brzuska cita o caso de Douglas Cunha da Silveira, que foi morto dentro do Presídio Central em 2011 e que inclusive já há pessoas denunciadas e com prisão preventiva decretada. O juiz admite que dificilmente as testemunhas, no caso outros presos, prestam depoimento sobre os casos, porque têm medo de represália. Em função de uma espécie de pacto entre as facções criminosas, a maioria dos homicídios ocorre quando os presos do Central são soltos, já na rua. O objetivo, segundo o juiz, é não chamar a atenção das autoridades e dificultar a rotina nas galerias.
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual da Segurança mantém a afirmação do secretário Juarez Pinheiro de que não ocorreram homicídios no Presídio Central entre 2011 e 2013, mas que vai apurar as afirmações do magistrado.