Foram presos em flagrante pela Corregedoria da Brigada Militar (BM) um sargento e um soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar (20º BPM) que tentavam extorquir uma comerciante que tinha ilegalmente no seu estabelecimento duas máquinas caça-níqueis, na zona norte de Porto Alegre. Os dois policiais militares foram recolhidos para o Presídio Militar. Até o final desta quinta-feira, a Justiça Militar deverá decidir se irá homologar o flagrante.
- Nós agimos a pedido do comando do 20º BPM - informa o coronel Flávio Roberto Vesule da Silva, corregedor-geral da BM.
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A comerciante vinha recebendo visitas semanais dos policiais, onde era exigido uma quantia em dinheiro, cujo valor não foi revelado, para permitir o funcionamento dos caça-níqueis. A dona do bar queixou-se ao comando do 20º BPM que recorreu à Corregedoria da BM.
Por algum tempo, equipes discretas da Corregedoria começaram a investigar o caso e a vigiar a dupla. A vigilância resultou nas prisões em flagrante na noite de quarta-feira. O envolvimento destes dois policiais militares com jogos ilegais é apenas a ponta de um iceberg. As máquinas caça-níqueis são uma diversificação nos negócios ilícitos dos banqueiros do jogo do bicho, que rende R$ 500 por minuto no Rio Grande do Sul.
Há muitos décadas, os bicheiros conseguem sobreviver graças a uma rede de proteção, onde a corrupção policial é um dos pilares. Este é um assunto acompanhado por Zero Hora nas últimas décadas. Em 1993, o jornal fez um raio X da situação com a reportagem: Os senhores do jogo do bicho. No ano passado, ZH publicou um outra reportagem:A Reinvenção do jogo do bicho.