A Polícia Federal prendeu cinco integrantes de uma quadrilha especializada em roubos a domicílios. Os suspeitos estavam foragidos do regime semi-aberto das penitenciárias de Novo Hamburgo e Taquara, e foram detidos na madrugada desta terça-feira.
A quadrilha atuava no Vale do Sinos e tinha como base Novo Hamburgo. Foram mais de 14 assaltos a residências de alto padrão, entre elas, a casa de uma juíza federal, em Ivoti, em novembro do ano passado. Dela, foi roubada uma arma, um celular funcional, além de joias e dinheiro. Os requintes de crueldade da quadrilha chamaram a atenção do delegado responsável pela investigação, Aldronei Rodrigues, da Unidade de Repressão a Desvios de Recursos.
- Eles amarravam as vítimas, colocavam álcool nos corpos delas e ameaçavam atear fogo. Também colocavam armas sem munição na cabeça dos assaltados. A juíza, o filho dela e diversas outras vítimas passaram por essa tortura psicológica e física - afirmou.
Com os cinco presos, foram encontradas armas, dinheiro e um quilo de maconha. Eles foram detidos nos bairros Roselândia e Canudos e na favela da Coreia, em Novo Hamburgo. Além dos cinco integrantes presos nesta terça, outros dois criminosos do regime semi-aberto tiveram as permissões de saída negadas. Em fevereiro, outras 11 pessoas do grupo já haviam sido detidas.
O modo de agir da quadrilha consistia em utilizar cartas de emprego fraudulentas e ocupar o tempo em que supostamente deveriam estar trabalhando para efetuar levantamento dos locais e das vítimas dos roubos. As ações eram efetuadas nos finais de semana. Para combinar as ações durante a semana, eles utilizavam telefones celulares nas dependências das penitenciárias. Eles ainda usavam tocas, luvas, bloqueadores de celulares e rádios na frequência da polícia.
A Operação Ivoti comprovou que os ladrões atuavam também em Paraí, Pantano Grande, Rio Pardo e Nova Petrópolis. O grupo assaltou em fevereiro, em Estância Velha, uma transportadora, onde levou 1,3 quilo de auro cianeto de potássio, produto altamente letal e usado para beneficiar peças de calçados. Este roubo foi estimado em R$ 100 mil.
Participaram da operação 40 agentes da Polícia Federal, 25 integrantes do BOE, oito do serviço de investigação da Brigada Militar e mais cinco policiais do canil do Estado. A investigação continua. A Polícia Federal ouve nesta tarde os depoimentos dos presos.