A Polícia Federal divulgou no início da noite o balanço da Operação Concutare. Dentre os 18 presos, estão seis empresários, seis despachantes e seis servidores públicos. Entre os que passam a noite na cadeia, estão os secretários do Meio Ambiente do Estado, Carlos Fernando Niedesberg, e de Porto Alegre, Luis Fernando Záchia, ambos exonerados, e o ex-secretário estadual do Meio Ambiente, Berfran Rosado.
Foram apreendidos 22 computadores e notebooks; dispositivos de armazenamento de arquivos, como pen drives, HDs e mídias; seis armas; diversos cheques e documentos. Também foram apreendidos R$ 468 mil em dinheiro, R$ 44 mil dólares e R$ 5,2 mil em euros.
Conforme o esquema, empresários interessados em obter licenças para empreendimentos imobiliários e de mineração procuravam consultores com livre acesso aos órgãos ambientais. E o pagamento de propina garantia a liberação da licença por intermédio de fraude Conforme o Delegado Daniel Madruga, dependendo do valor, a propina das licenças ambientais era paga em parcelas mensais.
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Cerca de 150 policiais federais participaram da Operação. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região. O advogado de Carlos Fernando Niedersberg, Eduardo Campos, adianta que seu cliente vai depor nesta terça-feira, às 10h. O de Berfran Rosado, Luciano Feldens, disse que foi autorizada cópia dos inquéritos, mas que ainda não teve acesso para poder fundamentar o pedido de habeas corpus. O advogado de Luís Fernando Záchia, Rafael Coelho Leal, não atendeu às ligações.
Entenda o Caso
A Operação Concutare, deflagrada na segunda-feira (29/04) resultou na prisão temporária de 18 pessoas, entre elas: empresários, servidores públicos e políticos como o ex-secretário do Meio Ambiente e consultor da secretaria, Berfran Rosado (PPS), e os secretários Estadual do Meio Ambiente, Carlos Fernando Niedesberg (PC do B), e da Capital, Luiz Fernando Záchia (PMDB). A investigação da Polícia Federal aponta suposta fraude na concessão de licenças ambientais mediante pagamento de propina para a liberação de mineração e empreendimentos imobiliários. A investigação continua e a Polícia Federal acredita que até 50 pessoas podem ser indiciadas.