Para conscientizar sobre a importância da amamentação nos primeiros meses de vida, foi criada a Semana Mundial de Aleitamento Materno, promovida pela rede global World Alliance for Breastfeeding Action (Waba). A campanha começa no dia 1º de agosto e, neste ano, tem como foco debater a relação do mercado de trabalho e a amamentação, propondo iniciativas que ajudem nessa conciliação.
O mês inteiro também recebe o nome de Agosto Dourado, porque remete ao padrão ouro de qualidade do leite materno. O alimento é rico em anticorpos, protege de doenças como diarreia, infecções e alergias, ajuda na formação dos dentes e é associado ao aumento dos níveis de inteligência e à redução dos riscos de obesidade e diabetes na infância.
— Não é obrigatório o bebê sair mamando, mas é importante dar essa oportunidade — enfatiza Myrcea de Souza Nunes Dellalibera, enfermeira assistencial da maternidade do Hospital Moinhos de Vento.
Atualmente, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, podendo estender até os dois anos, junto à introdução alimentar. Para mães de primeira viagem, o início da amamentação pode assustar pelos relatos de dor e de adaptação para este momento, que estabelece um vínculo único com o bebê.
— Eu digo muito que o preparo é apenas conhecimento, e que não é para romantizar, ou esperar que seja lindo e não doloroso. Às vezes, a dor não é porque está fazendo uma pega errada, é até o corpo se adaptar — explica a enfermeira Ana Paula Budel, coordenadora do Centro Obstétrico do Hospital Divina Providência.
As duas especialistas chamam a atenção para não recorrer a preparações prévias que não são indicadas, como o uso de buchas e tomar sol nas mamas, que costumam aparecer entre as dicas.
— Nosso próprio organismo se encarrega de fazer esse preparo — salienta Myrcea, que recomenda massagens nas mamas e o uso das chamadas "rosquinhas" de pano para amenizar os desconfortos no mamilo, quando em contato com o sutiã.
Superado o desafio inicial, os benefícios são comemorados a longo prazo, conforme destaca a odontopediatra Priscila Stona, do Hospital Moinhos de Vento:
— Tudo aquilo que o bebê come nos primeiros mil dias vai fazer diferença para o seu futuro.