Os sinais são difíceis de ignorar. Ondas de calor levando a temperaturas recordes na Europa. Geleiras no Alasca derretendo cem vezes mais rápido do que se esperava. Invernos durando menos. Um planeta que atingiu, neste ano, o esgotamento de seus recursos naturais anuais em 29 de julho – o mais cedo em toda a série histórica. Julho de 2019, aliás, pode ter sido o mês mais quente da história, conforme estimativa da Organização Meteorológica Mundial (OMM), entidade ligada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Tudo isso está associado às mudanças climáticas. Um estudo liderado pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, apontou que eventos como esses seriam até cem vezes menos prováveis caso o aquecimento global não existisse.
Esse mesmo estudo, divulgado no início do mês, sinaliza o quanto o problema afeta a cada um de nós.
— A mortalidade é maior em dias e noites mais quentes. Planos de ação podem mitigar os riscos das ondas de calor, mas precisamos pensar adiante — diz Karsten Haustein, pós-doutorando no Instituto de Mudança Ambiental de Oxford.
O tema une instituições de distintos setores: Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Internacional do Trabalho (OIT), Banco Mundial, ONU, todos têm alertado sobre os perigos das mudanças climáticas.
— Se não agirmos contra a mudança climática agora, esses eventos extremos serão só a ponta do iceberg. É uma corrida que podemos e devemos vencer — disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em coletiva de imprensa em Nova York, no início deste mês, sobre o tema.