Nascido em 11 de setembro, Max é o primogênito da publicitária Emileine Zarpellon Ehlers, 38 anos. Neste relato, ela fala sobre o puerpério, período logo após o nascimento do bebê, e o início da relação com ele:
“O Max foi muito desejado. Tentamos inseminação artificial, mas não deu certo. O próximo passo seria a fertilização in vitro. Mas antes tiramos férias, relaxamos, e engravidei.
A gente tem um imaginário de gravidez de que é tudo difícil, de que vai ter muito problema, preocupação com a formação da criança, risco de perder o bebê. O tempo foi passando e me fez ficar mais feliz com a gestação. O obstetra confirmava: ‘Ele está superbem, vocês estão ótimos’. Nesse período em que eu poderia estar muito preocupada, já estava lendo sobre o pós-parto. O Max nasceu com 41 semanas, de cesárea. Eu estava bem tranquila.
Na recuperação, no hospital, achei fundamental estar lá. Os primeiros dias são muito difíceis. Tenho tendência a ter pressão baixa, e ficou bem baixa. Só que eu estava me sentindo tão feliz por já ter leite – desceu muito rápido, foram três dias de colostro e, no quarto, já era leite – que não estava me olhando, me percebendo ruim. A prioridade muda. Fiquei internada um pouco mais por causa disso. Na hora de ir para casa, tive receio de me sentir mal e não ter como cuidar dele.
Digo que o Max é um bebê que já veio com a pega pronta. No primeiro dia, já estava mamando bonitinho. O que não quer dizer que eu não sentia dor no seio... Não cheguei a ter fissuras ou sangramento, mas senti uma sensibilidade muito maior. Depois de 10 dias, a amamentação começou a ficar prazerosa.
É muita coisa junta. Nos primeiros dias em casa, tinha uma vontade de chorar superforte. Não havia uma razão específica, mas você se sente cansada, esgotada, não sabe fazer o bebê dormir, não sabe o que fazer quando ele chora desesperadamente, não sabe quando você vai dormir, quando vai tomar banho, quando vai poder comer direito... Me sentia triste, mas não era algo contínuo. Meu marido também sentiu dificuldade. Agora o Max já dorme uma noite inteira, acho uma vitória. Acorda uma vez na madrugada para mamar.
Tenho bastante leite. Ele é um bebê que mama muito. Quando amamento, me sinto bem feliz, realizada por ele poder ter isso. Me senti feliz quando estava gestante e por estar com ele agora. Às vezes, me pego dando um apertinho nele, deixando ele mais perto de mim. Sonhei tanto com esse momento. Mesmo passando por esses perrengues, é bem como outras mães falam: você vai passar por tudo isso, mas vai estar muito apaixonada.
Minha mãe e minha sogra se ofereceram para ficar aqui, mas eu e meu marido queríamos que esse período fosse da gente, entre nós três, aprendendo, se conhecendo. Tenho uma rede de apoio profissional e emocional: a pediatra veio aqui em casa na primeira semana, posso ligar para a minha mãe e falar que está sendo difícil.
Minha rotina tem sido dar de mamar, trocar fralda, estimulá-lo com algum bichinho. Com meninos é uma coisa muito louca. Eles fazem xixi no meio da troca! Aquele jato pode ir em qualquer direção, já tomei vários banhos. Tenho colocado música brasileira para ele ouvir. Ele tem dormido com Lá Vem o Sol, do Lulu Santos.
Para outras gestantes, eu diria para terem calma. Vai dar tudo certo. Eles não são tão frágeis assim. O obstetra também me ajudou muito a ficar com menos neuras, disse para eu não ler qualquer coisa e me cercar de pessoas que possam ajudar. Estamos evitando muitas visitas para viver esse momento. Acho que preciso desse tempo para ver o bebê, entender o choro dele, prestar atenção.”