Sabe aquela máxima de fazer de um limão uma limonada? Foi mais ou menos assim que o casal Evandro Dalbosco e Márcia Matos de Azevedo, ambos com 43 anos, enfrentou a batalha contra o câncer de mama. No ano passado, ela descobriu a doença pouco depois de dar à luz a filha Mariana, hoje com um ano e sete meses. O baque da notícia foi rapidamente substituído por providências rápidas rumo ao tratamento. E foi no decorrer das inúmeras consultas com a oncologista Alessandra Morelle que Evandro e Márcia lapidaram uma ideia da médica para ajudar outros pacientes.
O trio juntou-se ao também oncologista Carlos Barrios e criou o aplicativo Tummi. O nome é uma referência a uma espécie de faca que os incas usavam em procedimentos cirúrgicos. A ferramenta permite que o usuário organize uma agenda das medicações, faça um diário sobre para-efeitos das medicações ou outras sensações durante o tratamento. Um dos pontos mais positivos, de acordo com os idealizadores do app é a possibilidade de anotar dúvidas que apareçam entre uma consulta e outra.
— Muita coisa a pessoa esquece e, na hora de falar com o médico, deixa de tirar uma dúvida importante. O aplicativo consegue gerar um relatório, que o paciente pode levar na consulta e mostrar para o médico se ele quiser — explica Evandro.
A oncologista Alessandra Morelle entende que esse tipo de tecnologia pode ajudar a tranquilizar o paciente e até a evitar que ele acesse os serviços de emergência da rede de saúde sem necessidade, porque o aplicativo também dá informações sobre a doença de forma menos complicada, sem um vocabulário científico e complicado.
— É uma ferramenta que permite que o paciente tome conta do seu tratamento, se empodere do que está acontecendo — diz a médica.
O Tummi já conta com cerca de cem downloads e está disponível gratuitamente para Iphone e Android.