Todos nós sabemos que o período escolar é uma etapa enorme da vida, e que ocorre em duas fases de desenvolvimento muito especiais e específicas em suas características: a infância e a adolescência.
Pensar que, em pleno momento de transição pessoal, o indivíduo precisa dar conta de aprendizagens importantes e de emoções totalmente novas, nos faz ter melhor dimensão da complexidade do que todos nós passamos. Mas não é exatamente porque "todos nós passamos" que é algo simples e fácil. O que determina se algo é fácil não é a quantidade de pessoas que vivenciam a situação, mas a forma com que cada sujeito elabora aquela vivência.
Quando falamos em dificuldade nos relacionamentos e bullying, por exemplo, não é diferente. Observo inúmeras instituições (escolares e familiares) exigindo posturas sem sequer tocar em assuntos de relevância singular como inteligência emocional. Os estudantes, muitas vezes, chegam à escola, o segundo ambiente onde passam a maior parte do tempo (ou primeiro, em muitos casos), sem jamais terem falado em emoções, sem conseguirem nomear sensações, sem terem se frustrado. Verdadeiros analfabetos emocionais!
E, então, surge uma série de complicações, que vez ou outra é vista como um problema da turma difícil, da professora incompetente ou da escola incompreensível e massificadora.
É difícil olhar para a própria responsabilidade diante dos acontecimentos. É mais simples encontrar culpados, apontar algozes, condenar o que não está em nossas mãos. Mas, por mais que a tomada de consciência exija de nós, pais e mães, é necessário que façamos nossa mea culpa e que consigamos trazer para dentro das nossas casas a conversa aberta e generosa sobre emoções (com todo o protagonismo que o assunto merece).
Educar emocionalmente uma criança faz com que ela adquira habilidades para gerenciar seus sentimentos (e ações que resultam deles) e compreender os sentimentos dos outros. Desta forma, o desenvolvimento social e o aprendizado no ambiente escolar ocorrem com muito menos entraves.
Considerar os sentimentos dos pequenos e oportunizar momentos para que eles os expressem propicia uma melhor compreensão de questões tão subjetivas e provoca mudança de comportamentos e uma série de outros benefícios. Experimentem!