Muitas vezes apontado como vilão da alimentação, o sal ganhou novas versões que prometem ser fonte de nutrientes e minerais. A mais famosa delas, o sal do Himalaia (ou sal rosa), ganhou status de alimento saudável. Contudo, especialistas alertam que isso não faz do tempero um aliado da dieta.
– A alimentação deve seguir as condições do paciente. Quem defende o sal rosa fala muito que ele tem menos sódio e mais nutrientes. Mas se você quer consumir menos sódio, basta reduzir o sal. Se quiser mais nutrientes, coma frutas – afirma o nutricionista Thiago Bronze.
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Antonia de Sousa Cunha, nutricionista e professora dos cursos de Gastronomia do Senac, completa o alerta lembrando que, mesmo com menos sódio e mais minerais, seria necessário uma ingestão muito grande do produto para atingir os níveis diários recomendados desses nutrientes.
– Sal rosa é extremamente caro e, se consumir muito, não é saudável. Usar sal marinho é mais barato e, em menor quantidade, é melhor para a saúde – diz a professora.
Mas afinal, qual é diferença entre os sais? Existe um melhor do que o outro? Embora realmente existam diferenças nutricionais entre os diversos tipos de sal, a regra é igual a do açúcar: quanto menos processado e refinado, menos prejuízos trará. Lembrando, claro, que a recomendação é que o consumo de sal não ultrapasse cinco gramas por dia, já contabilizando aquele presente nos alimentos industrializados.
Sal do Himalaia ou sal rosa
Extraído do Himalaia, tem quantidades grandes de minerais como cálcio, magnésio, potássio, cobre e ferro. Em comparação ao refinado, tem menos sódio, mas não o bastante para justificar seu consumo. Como o sabor é mais suave, pode-se acabar usando uma quantidade maior, o que anularia tais benefícios. Pode ser usado no preparo ou finalização de receitas.
Sal refinado
Como passa por refinamento, acaba perdendo os nutrientes. Durante o processo tem o iodo retirado e, depois, acrescentado novamente. É o menos recomendado.
Sal grosso
É o mesmo produto do anterior, mas sem passar pelo processo de refinamento. Pode ser comprado e moído em casa.
Sal marinho
Raspado manualmente das salinas, não passa por processo de refinamento. Por isso, preserva mais minerais e tem coloração mais escura. Assim como o refinado e o grosso, pode ser usado na preparação dos pratos.
Sal negro
De origem indiana, tem compostos de enxofre, cloreto de sódio e ferro. Seu sabor é sulforoso. Recomenda-se utilizar apenas para finalizar os pratos. Vai bem por cima de carnes mal passadas ou saladas.
Sal havaiano
Rico em dióxido de ferro, esse sal tem coloração rosa avermelhada em função da argila havaiana. Na cozinha, também deve ser usado na finalização dos pratos.
Sal light
Contém menos sódio que a versão refinada. Portanto, é indicado para pessoas com problemas de hipertensão ou cardiovasculares. É composto por cloreto de sódio e cloreto de potássio. Não pode ser consumido indiscriminadamente, e é fundamental a recomendação de um médico ou nutricionista.
Sal líquido
É produzido a partir da dissolução da matéria-prima em água mineral. Também é uma boa opção, pois é livre de aditivos. Pode ser usado nas preparações de receitas em geral.
Flor de sal
São cristais retirados da camada superficial das salinas. Tem sabor intenso e não deve ser usado para salgar alimentos, apenas para finalizá-los. Seus cristais trazem uma textura diferente às preparações. Tem sido muito utilizado na culinária por confeiteiros, que combinam a flor de sal com chocolates amargos, acentuando o sabor do cacau.
Fontes: Mamadou Sène, chef e professor de gastronomia do Senac e os nutricionistas Thiago Bronze e Antonia de Sousa Cunha