A quantidade de doenças relacionadas ao cigarro e os malefícios que ele traz à saúde não são novidade para ninguém. Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), fumar mata mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo e é a principal causa evitável de doenças não transmissíveis.
No entanto, ter acesso a essas informações, em muitos casos, não é suficiente para convencer alguém a tentar parar de fumar, já que há casos de pessoas que fumam a vida inteira e não adoecem. Em Porto Alegre, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o percentual de fumantes na população com mais de 18 anos é estimado em 16,4%.
Para a médica especialista em dependência química Irma Rossa, às vezes a ideia de ficar doente fica muito distante de quem fuma. Por isso, ela acredita que usar as questões que influenciam no cotidiano como o mau hálito e o cheiro causado pelo tabaco na pele e nas roupas possam ser bons argumentos para deixar o tabagismo.
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– Além das questões relacionadas à saúde, o cigarro é causador da marca conhecida como código de barras nos lábios, faz mal à pele, causa rugas de expressão no entorno dos olhos, mau hálito, dentes amarelados e deixa um cheiro desagradável que é indisfarçável. Essas questões são visuais e mais imediatas, por isso, podem ser determinantes para tentar abandonar o vício – afirma a médica.
A especialista dá cinco dicas para quem quer parar de fumar.
1. Faça uma lista comparativa com razões para fumar e razões para deixar de fumar. Provavelmente, as razões para deixar de fumar serão maiores.
2. Marque uma data para parar de fumar que seja próxima, no máximo nos próximos seis meses.
3. Informe-se e prepare-se para a síndrome de abstinência dos primeiros dias sem o cigarro. Procure formas de evitar voltar a fumar.
4. Converse com outras pessoas que pararam de fumar. Peça dicas de como elas conseguiram.
5. Peça ajuda em locais que oferecem atendimento como grupos de apoio ao tabagismo disponíveis em postos de saúde ou oferecidos por operadoras de planos de saúde. Alguns remédios também podem auxiliar.
Confira os benefícios associados ao fim do tabagismo:
- Em 20 minutos: a pressão arterial volta ao normal e a frequência do pulso cai aos níveis normais. A temperatura nas mãos e nos pés aumenta até chegar aos níveis considerados normais.
- Em oito horas: os níveis de monóxido de carbono no sangue chegam aos valores normais e o nível de oxigênio aumenta.
- Em 24 horas: o risco de se ter um acidente cardíaco relacionado ao fumo diminui.
- Em 48 horas: os sentidos de olfato e paladar melhoram.
- De duas semanas a três meses: caminhar torna-se mais fácil e a função pulmonar melhora em até 30%.
- De um a nove meses: os sintomas comuns em fumantes, como tosse, ronquidão, congestão dos seios da face, fadiga e falta de ar ficam mais tênues. A pessoa fica mais disposta para realizar atividades que requerem bastante energia.
- Em um ano: o risco de doenças ligadas a males do coração cai pela metade, em relação a um fumante.
- Em cinco anos: a taxa de mortalidade por câncer de pulmão diminui em pelo menos 50%. Depois de cinco a 10 anos sem fumar, o risco de AVC é reduzido aos níveis de não-fumantes. O risco de câncer na boca, garganta ou esôfago diminui pela metade, quando comparado ao de um fumante.
- Em 10 anos: a taxa de mortalidade por câncer de pulmão se torna igual a de quem nunca fumou. As células pré-cancerosas são substituídas por outras saudáveis. Os riscos de câncer na boca, garganta, esôfago, bexiga, rim e pâncreas diminuem.
- Em 15 anos: os riscos de uma pessoa morrer por doenças relacionadas a problemas no coração se tornam iguais aos de uma pessoa que nunca fumou.