Sabe aquela coceira incontrolável na cabeça? Ela pode sinalizar a presença dos inconvenientes piolhos, insetos que vivem e se reproduzem no couro cabeludo humano, se alimentando de sangue. Estes parasitas provocam uma doença chamada pediculose, que é a infestação por Pediculus humanus capitis.
Em época de volta às aulas, o problema parece se multiplicar. Isso porque as crianças têm contato muito mais próximo com outras crianças do que com adultos, embora o problema possa afetar qualquer faixa etária.
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E quando o assunto é sexo, especialistas não chegam a um consenso. Há que diga que as meninas são mais suscetíveis, no entanto, não existe uma confirmação.
– Alguns estudos mostram uma tendência maior no sexo feminino, isso porque as meninas têm contato mais próximo e cabelo comprido. Mas outros levantamentos negam maior incidência entre as mulheres – diz a dermatologista colaboradora do Hospital Moinhos de Vento Fernanda Camozzato.
Na dúvida, a especialista orienta os pais a prenderem os cabelos das pequenas para ir à escola.
– E não é recomendado cortar cabelo por causa do piolho – sugere.
Coceira é o principal sintoma
Cercada de mitos e preconceitos, a presença desses insetos já foi muito relacionada à falta de higiene. Mas a crendice popular não é verdadeira. Muito pelo contrário, especialistas afirmam que o bichinho vive muito melhor em cabelos limpos do que em fios sujos.
– Tem mais relação com o aspecto social, o meio em que a pessoa vive, do que com falta de higiene – garante a dermatologista.
Outro mito em relação aos piolhos diz respeito à forma de transmissão. Diferente do que se possa pensar, o inseto não pula de cabeça em cabeça. Como não possui asas e nem patas adaptadas para saltar, o contágio ocorre exclusivamente pelo contato com escovas, itens de cabelo, bonés, chapéus, capacetes e travesseiros.
Para identificar a presença de piolhos, é preciso ficar atento a alguns sintomas. O mais comum é a coceira, provocada por uma reação do organismo às substâncias produzidas pelo inseto ao se alimentar. Regiões como nuca e atrás das orelhas são as primeiras a apresentarem o incômodo por serem mais quentes em relação ao restante da cabeça. Poucos casos podem apresentar uma infecção secundária em função da ferida deixada pelo inseto associada à coceira. Situações de infestação muito maior, especialmente em crianças, podem provocar um quadro de anemia.
– Além disso, pode ter problemas na qualidade de vida da criança. Pode prejudicar o sono, o aprendizado, fora o prejuízo social associado à vergonha – destaca Fernanda.
Solução caseira ajuda na eliminação dos insetos
A prevenção da pediculose passa, exclusivamente, pelo não compartilhamento de objetos pessoais como pentes, escovas, travesseiros, bonés e borrachas de cabelo. Em caso de infestação, a orientação é utilizar xampus específicos para o problema associado ao pente fino.
– Depois, é preciso que a pessoa seja retratada entre sete e 10 dias, que é o tempo de eclosão das lêndeas – orienta a dermatologista.
Como as lêndeas são imunes a estes produtos, além de repetir a dose do tratamento, é possível usar uma solução caseira feita por partes iguais de água e vinagre sobre o couro cabeludo seguido de remoção mecânica, feita pelo pente fino.
Também deve-se ficar atento aos lençóis e outros itens por onde os insetos podem permanecer. Fernanda sugere que as roupas de cama sejam lavadas em água quente e passadas com ferro. Pentes, escovas, bonés e chapéus podem ser enrolados em um plástico e afastados da pessoa infestada por alguns dias. Isso porque o piolho não consegue viver fora do couro cabeludo.