O Ministério da Saúde anunciou, na manhã desta quarta-feira, um novo medicamento para o tratamento do HIV no Brasil. O antirretroviral Dolutegravir será disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a todos os pacientes que iniciarem o tratamento e àqueles que apresentam resistência à atual medicação a partir de 2017.
Segundo a pasta, a nova medicação apresenta menos reações adversas do que os remédios hoje utilizados contra o HIV no país. Atualmente, o tratamento na fase inicial é composto pelos medicamentos tenofovir, lamivudina e efavirenz, conhecido como 3 em 1. O Dolutegravir associado ao 2 em 1 (tenofovir + lamivudina) será indicado no lugar do efavirenz.
– Nós compramos 40 milhões de comprimidos para 2017, e o medicamento será incorporado gradativamente – disse Adele Benzaken, diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, em coletiva de imprensa.
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De 2005 a 2016, o Brasil triplicou o número de pessoas em tratamento: 483 mil pacientes utilizam a terapia antirretroviral contra o HIV atualmente. A expectativa é de que, em 2017, cerca de 100 mil pacientes iniciem o uso do novo tratamento.
A incorporação do Dolutegravir não irá alterar o orçamento atual do Ministério da Saúde para a aquisição de antirretrovirais. Após negociação, a pasta conseguiu reduzir o valor da medicação em 70%.
O Brasil foi um dos primeiros países a adotar a política de acesso universal ao tratamento com antirretrovirais, ainda na década de 1990.