Com o aumento dos serviços de streaming e de plataformas de vídeos na internet, assistir a séries é cada vez mais fácil. Porém, você sabia que fazer "maratonas" em frente à TV com frequência pode indicar sinais de depressão e solidão? É o que indica um estudo da Universidade do Texas, nos Estados Unidos.
Um levantamento, realizado com 316 jovens de 18 a 29 anos, mostrou que o hábito se transforma em um vício, já que o indivíduo permanece assistindo a episódios em sequência, mesmo se tiver de fazer outras tarefas. E as maratonas de séries são mais comuns do que se imagina. Por exemplo, segundo uma pesquisa da Netflix de junho deste ano, 54% dos entrevistados planejavam fazer uma maratona das temporadas passadas de Orange is The New Black antes da estreia na nova fase.
Esse tipo de comportamento é um hábito corriqueiro para a estudante Gabriella Ramos, 19 anos:
– Quando não tenho nada para fazer ou quando vejo que saiu nova temporada de alguma série que gosto, eu sento e assisto durante horas. Já fiz, inclusive, maratona de uma série que já assisti e que gostaria de rever – lembra.
Ao ser questionada sobre a indicação de sinais de depressão, de acordo com a pesquisa, a estudante relatou que a prática das maratonas de séries é comum também entre os amigos.
– A grande maioria dos meus amigos faz o mesmo, pois é uma coisa mesmo da nossa idade. Não acho que tenha algum problema – comenta.
De acordo com Lívia Vieira, psicóloga do Hapvida Saúde, as maratonas desse tipo se tornam preocupantes a partir do momento em que o indivíduo demonstra alteração no comportamento, recusa a socialização com os familiares e amigos e resume sua vida às séries.
– Quando a fissura por assistir às séries começa a alterar o sono, provocar insônia e alterar o humor, por exemplo, passa a ser necessária as investigações – alerta a especialista.
Lívia ressalta que, além de indicar sinais de depressão e solidão, as maratonas podem também estimular a obesidade, já que alguns indivíduos têm a prática de assistir televisão comendo, e também o sedentarismo, pois as pessoas passam muito tempo sentadas ou deitadas em frente à TV.
A psicóloga indica que, ao notar os sintomas em alguém próximo, é preciso procurar ajuda especializada.
– O primeiro passo é o diálogo, conversar com o indivíduo sobre suas alterações, tentar ocupá-lo, distraí-lo, fazê-lo recordar os outros prazeres da vida. Se não obter resultado favorável, é necessário encaminhar o indivíduo para profissional competente como psicólogo e psiquiatra – explica Lívia.