Quando o assunto é calvície, não existe milagre. Embora anúncios na TV e na internet ofereçam cremes, loções e tratamentos que supostamente estimulam o crescimento de novos fios de cabelo, os dermatologistas consultados por Zero Hora sentenciam: não há cura para o problema.
– Existem hoje medicamentos que protelam a calvície. Quando usados no início, eles podem fazer com que o processo se instale muito tempo depois. A calvície não tem cura, mas tem controle – afirma o dermatologista Valcinir Bedin, presidente da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC).
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Clinicamente chamada de alopécia, a calvície pode ter várias causas (leia mais abaixo). A mais comum, de origem hereditária, chama-se androgenética e atinge nove em cada 10 pessoas com o problema – e pode, inclusive, afetar algumas mulheres. O ideal é que o problema seja combatido logo nos primeiros sinais.
– Se a pessoa tem um histórico familiar de calvície, deve ficar atenta a sintomas como o afinamento dos fios, a queda de fios durante o penteado e a redução do volume dos cabelos – alerta a dermatologista Juliana Fonte.
Entre as opções para evitar a queda estão medicamentos e um tratamento que utiliza laser de baixa voltagem, inibindo a perda – também chamada de miniaturização.
O dermatologista Gustavo Pinto Corrêa, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) no Rio Grande do Sul, diz que questões genéticas, doenças infecciosas, anemias e determinadas cirurgias também podem contribuir para a queda de cabelos. Entretanto, em alguns casos, os fios voltam a crescer de forma natural (ou como resultado de implantes) após a completa recuperação do paciente.
Realizados em cirurgias com anestesia local, os implantes recolocam na parte atingida (geralmente, o topo da cabeça) fios retirados da parte de trás do couro cabeludo, que tendem a crescer normalmente após o procedimento. Com duração de quatro a seis horas, a operação pode custar entre R$ 15 mil e R$ 20 mil.
De acordo com dados da SBD, a queda de cabelo é um dos problemas mais recorrentes em consultórios dermatológicos no país. A maioria dos pacientes tem entre 15 e 39 anos. Conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo menos metade da população masculina com até 50 anos sofre algum tipo de alopécia.