Reconhecendo que a obesidade é um problema de saúde pública e que há produtos que contribuem para o aumento dos números na balança, grandes empresas decidiram retirar algumas bebidas, como refrigerantes, do portfólio de vendas para escolas que atendem crianças de até 12 anos. Conforme comunicado da Coca-Cola Brasil, Ambev e PepsiCo divulgado na quarta-feira, a medida deve entrar em vigor a partir de agosto.
No texto, as fabricantes justificam que estudantes dentro desta faixa etária não têm maturidade para decidir sobre o que consumir. Nesta mesma linha, a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), que reúne pequenas marcas desses produtos, defende a retirada das bebidas deste mercado. "Não se pode ignorar o fato de que, nesta faixa etária, não existe capacidade de decisão como na idade adulta", manifestou-se a associação por meio de sua assessoria de imprensa. A entidade ainda afirmou que as grandes marcas só se anteciparam para evitar uma possível proibição da venda em instituições de ensino. "No entanto, vale ressaltar que estas empresas se aproveitaram do momento atual para tomar esta decisão. O Ministério da Saúde tem insistido em campanhas para prevenir a obesidade e promover a reeducação alimentar. Além disso, já tramita uma lei no Congresso Nacional que propõe proibir a venda de refrigerantes em escolas".
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Produtora do guaraná que é líder de vendas na Região Metropolitana, Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari, a gaúcha Fruki segue o mesmo rumo das demais marcas e não pretende investir neste segmento.
– Há tempos, vendemos só água e Frukito (bebida com suco de frutas) nesses ambientes. Não temos intenção de investir neste caminho – garantiu a diretora administrativa da empresa, Aline Eggers Bagatini.
Por lei, no Rio Grande do Sul, a comercialização e o consumo de alimentos e substâncias que comprovadamente prejudicam a saúde são proibidos nas escolas. A Lei 13.027/2008 regulamenta que bares e cantinas devem se adequar ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, que tem como objetivo educar e incentivar bons hábitos de alimentação e nutrição. Fica a cargo do Conselho Estadual de Alimentação Escolar a fiscalização destes ambientes. Procurado, o conselho não respondeu à reportagem.
Na rede de ensino privado, as escolas têm autonomia para definir sobre a compra dos produtos que serão vendidos nas cantinas, entretanto, o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS) ressalta que "o sindicato acredita que esse movimento da Coca-Cola, Pepsi e Ambev vai reforçar o trabalho que já ocorre nas escolas em prol de alimentação saudável".