Um total de 279 mulheres grávidas com suspeita de infecção pelo zika vírus estão em observação nos Estados Unidos e em Porto Rico, informaram as autoridades sanitárias americanas nesta sexta-feira. Destas, 157 moram nos Estados Unidos e 122 em Porto Rico, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Os novos números sugerem que houve um aumento dramático de mulheres grávidas com zika, já que o CDC registrou 110 casos confirmados em 11 de maio. A entidade ressalta, no entanto, que não há como comparar os dados, visto que foi usado um sistema diferente para registrar os novos casos.
– Ambos os sistemas incluem mulheres grávidas que tenham algum exame de laboratório indicando uma possível infecção pelo zika vírus, com ou sem sintomas – explicou Denise Hamieson, da equipe de resposta ao zika do CDC.
O novo sistema de observação "garante que estamos fazendo acompanhamento a todas as mulheres grávidas que podem correr o risco de ter problemas associados ao zika", afirmou Margaret Honein, do departamento de defeitos de nascença e deficiências do desenvolvimento do CDC.
O zika desencadeou uma onda de preocupação internacional pelos casos de microcefalia, malformação grave e irreversível em bebês nascidos de mães contagiadas com o vírus. O último surto de zika, que é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, ocorreu na América Latina em 2015 e se espalhou rapidamente por toda a região. O Brasil é o país mais afetado, com cerca de 1,5 milhão de infectados e mais de 1.300 casos confirmados de microcefalia. O vírus, que também pode ser transmitido sexualmente, pode causar, ainda, transtornos neurológicos como a síndrome de Guillain-Barré, doença que provoca paralisia e pode levar à morte.
Martinica tem primeira morte vinculada ao zika
Um primeiro caso de morte vinculado ao vírus da zika foi detectado na ilha caribenha da Martinica, nas Antilhas francesas, anunciou nesta sexta-feira a Agência de Saúde regional.
Trata-se de um homem de 84 anos, indicou o órgão, "hospitalizado há dez dias em cuidados intensivos com síndrome de Guillain-Barré", uma infecção neurológica que pode causar paralisia e problemas respiratórios. Alguns especialistas estimam que o zika e a síndrome estejam vinculados.