Entre o início do ano e 15 de março, Porto Alegre contabilizou 94 casos confirmados de dengue, um caso importado de zika, do Mato Grosso, e um caso importado de febre chikungunya, de uma viagem a Fernando de Noronha. Do total dos casos de dengue, 31 são importados, ou seja, pacientes que foram infectados durante período de viagem, e 63 casos têm infecção contraída na Capita, os chamados casos autóctones.
Dos casos autóctones, a maioria se concentra no bairro Vila Nova – são 47. Os demais 16 casos estão distribuídos em dez bairros da cidade – Rubem Berta (3), Chácara das Pedras (3), Aberta dos Morros (2), Passo das Pedras (2), Santo Antônio (1), Sarandi (1), Serraria (1), Vila João Pessoa (1), Cristal (1) e Santa Teresa (1).
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De acordo com a bióloga Maria Mercedes Bendati, da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS), a situação atual requer monitoramento para a doença:
– É preciso manter o alerta se aumentarem os casos nesses bairros, apesar das ações de controle que estão sendo realizadas.
Conforme a técnica da CGVS, existe ainda a possibilidade de um maior número de casos autóctones na cidade. Por essa razão, mantém-se a relevância da notificação no serviço de saúde em casos suspeitos de dengue. Nos bairros onde já foram confirmados casos, é fundamental que os moradores realizem uma vez por semana a remoção dos criadouros (locais com água) do mosquito Aedes aegypti, a fim de reduzir a presença do vetor nessas áreas.
Entre 4 de janeiro e 15 de março, 695 notificações de suspeita de dengue referentes a pessoas residentes na Capital foram registradas. No mesmo período, houve 20 notificações de suspeita de infecção por chikungunya e 52 por zika vírus na cidade. As investigações para as duas doenças prosseguem.
No bairro Chácara das Pedras, estão ainda sendo investigados casos, o que indica que a transmissão viral pode estar acontecendo. Nas ações de bloqueio de transmissão e das visitas domiciliares realizadas, verificaram-se muitas recusas e muitos imóveis fechados. Com a ocorrência de casos autóctones de dengue no local, se reforça a importância da participação dos moradores para as ações de saúde pública, a fim de que possa ser controlada a transmissão viral no bairro.
Na Vila Nova, a CGVS instalou 19 armadilhas de monitoramento de mosquitos adultos. As fêmeas do Aedes aegypti é que picam seres humanos e podem transmitir os vírus das doenças caso estejam infectadas. Para ser infectado, o inseto precisa picar uma pessoa com o vírus e depois de alguns dias, passará a transmitir esse vírus para seres humanos por meio da picada. As vistorias nas armadilhas instaladas na Vila Nova indicam que o índice de infestação diminuiu na área.
No entanto, a análise laboratorial da coletas de fêmeas na semana de 28 de fevereiro a 5 de março indicou a presença do vírus da dengue em um mosquito capturado em uma das armadilhas do bairro, o que aumenta o risco de transmissão viral. Por essa razão, a prefeitura tem mantido ações no bairro de forma permanente, como aplicação de inseticida, visitas domiciliares e ações de fiscalização ambiental.