A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o aquecimento do planeta deve levar a uma ampliação das zonas do planeta com a presença do mosquito Aedes aegypti, responsável por ser o vetor de doenças como zika e dengue. A análise foi apresentada nesta quinta-feira pela diretora-geral da entidade, Margaret Chan, em um debate na ONU.
– Mais da metade da população mundial vive em áreas onde os mosquitos Aedes aegypti, o principal vetor de zika, dengue e chikungunya, estão presentes. A elevação de temperaturas ameaça expandir esse espaço geográfico ainda mais – disse.
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Para ela, em termos de saúde pública, as mudanças no clima podem ser "a questão decisiva" no século 21:
– Os humanos são, sem dúvida, a espécie mais ameaçada pelas mudanças climáticas.
Margaret afirmou que essas alterações foram decisivas para a expansão geográfica da dengue e que a malária segue o mesmo caminho:
– Especialistas apontam que, até 2050, as mudanças climáticas podem causar 250 mil mortes adicionais por ano, além de malária, diarreia, ondas de calor e má nutrição.
Em seus debates internos, a OMS tem aproveitado a onda de surto de vírus zika pelos países latino-americanos para reforçar as pesquisas sobre o Aedes. Para os departamentos que se ocupam há anos da dengue dentro da OMS, porém, o reconhecimento do problema é "tardio".
A OMS tem sugerido que governos latino-americanos reforcem o controle sobre o mosquito, insistindo em planos detalhados e na necessidade de que as iniciativas sejam mantidas por um longo período.