Com a ideia de engajar famílias na luta contra o mosquito transmissor de zika, dengue e chikungunya, o governo federal promove neste sábado o Dia Nacional de Mobilização para o Combate ao Aedes aegypti. A expectativa é visitar três milhões de residências em 356 municípios de todo o Brasil. Militares das Forças Armadas vão tirar dúvidas e distribuir material impresso para orientar a população sobre como evitar criadouros.
A presidente Dilma Rousseff determinou o deslocamento de seus ministros aos Estados a fim de participar ativamente da mobilização, conversando com prefeitos, governadores e batendo nas portas das casas – no Rio Grande do Sul, estará o titular da pasta de Minas e Energia, Eduardo Braga.
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As Forças Armadas deslocaram cerca de 220 mil militares para a ação. Eles vão acompanhar os agentes de saúde no trabalho de conscientização. Foram usados dois critérios para definir as cidades que serão visitadas na campanha: municípios com a presença de unidades militares e maior incidência do Aedes aegypti, conforme dados do Ministério da Saúde.
– A campanha é de mobilização, de convocar a população a fazer parte do esforço de combate ao mosquito, e essa mobilização terá que ser feita de casa em casa. Nosso propósito é alcançar pelo menos 3 milhões de domicílios e distribuir pelo menos 4 milhões de folhetos – acrescentou o ministro Aldo Rebelo (Defesa).
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A atividade deste sábado também servirá para o levantamento inicial de pontos em risco e possíveis focos de contaminação, que serão visitados na fase seguinte da missão, programada para a próxima semana. Entre segunda e sexta-feira, 50 mil militares prestarão apoio a agentes de saúde em todo o país contra o mosquito, inspecionando focos de proliferação e aplicando larvicida em criadouros nas cidades que adotam esse método.
Ação será estendida no Rio Grande do Sul
A força-tarefa nacional será maior no Rio Grande do Sul por iniciativa do governo do Estado. Autoridades gaúchas não vão se mobilizar só nos municípios selecionados e que contam com bases do Exército. No RS, a ação, que inclui orientações aos moradores e destruição de focos do mosquito, ocorrerá nas 497 cidades.
Na Capital, 47 mil casas devem ser visitadas em 11 bairros diferentes, com a ajuda de 1.550 militares. Os bairros visitados serão Petrópolis, Três Figueiras, Partenon, Centro, Bom Fim, Bela Vista, Independência, Floresta, Cristo Redentor, Sarandi e Chácara das Pedras.
Outros municípios do Rio Grande do Sul que possuem Ordens Militares, e que irão participar do mutirão são: Alegrete, Bagé, Bento Gonçalves, Cachoeira do Sul, Canguçu, Canoas, Caxias do Sul, Cruz Alta, Dom Pedrito, General Câmara, Ijuí, Itaqui, Jaguarão, Nova Santa Rita, Pelotas, Porto Alegre, Quaraí, Rio Grande, Rosário do Sul, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Santa Rosa, Santana do Livramento, Santiago, Santo Ângelo, São Borja, São Gabriel, São Leopoldo, São Luiz Gonzaga, Sapucaia do Sul, Tramandaí e Uruguaiana.
De acordo com o secretário da Saúde da Capital, Fernando Ritter, as residências onde não houver morador ou em que o dono se recusar a receber os agentes serão notificadas. Caso a entrada continue sendo impedida, seguindo o decreto da presidente Dilma Rousseff, o local deverá ser invadido nas próximas semanas.
– (Os agentes) não têm de ter medo se perceber o risco, tem de entrar e fazer. É uma ação para salvar vidas – salientou o governador José Ivo Sartori.
Conforme Ritter, embora as pessoas costumem se preocupar com terrenos baldios, é nas residências que está focado o trabalho.
– Oitenta por cento das infestações ocorrem em casas. Por quê? Porque mosquito gosta de gente, precisa de sangue para viver – afirma o secretário.