Uma mulher que consome muita batata antes de engravidar pode ter um risco maior de desenvolver diabetes durante a gravidez, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira em uma revista médica britânica.
A diabetes da gravidez (ou diabetes gestacional) ocorre na mulher grávida por volta do segundo trimestre de gestação. Ela deve ser observada e tratada, já que a doença representa um risco para a mãe e para a criança. A batata é um dos alimentos mais consumidos do mundo e seu consumo é encorajado em inúmeros países, enquanto certos estudos estimam que elas podem ter um efeito nefasto sobre a taxa de açúcar no sangue em função de seu elevado conteúdo de amido.
No entanto, o impacto do consumo do alimento na gravidez não era claro até hoje, razão pela qual um grupo de pesquisadores americanos estudou cerca de 15 mil mulheres que engravidaram entre 1991 e 2001. Nenhuma dessas mulheres apresentava diabetes antes de engravidar. Das 21 mil gravidezes não múltiplas registradas, 854 foram associadas a uma diabetes gestacional.
Após ter levado em conta outros fatores de risco de diabetes gestacional, como idade, prática de atividade física e obesidade, os pesquisadores descobriram que as mulheres que consumiam muitas batatas (mais de cinco porções por semana) tinham um risco aumentado de 50% em relação àquelas que consumiam menos de uma porção por semana. A substituição de duas porções de batata por legumes ou cereais por semana culminava na diminuição do risco de diabetes gestacional de 9 a 12%.
Para explicar esse fenômeno, os autores do estudo argumentam que o alto índice glicêmico das batatas provoca um rápido aumento nos níveis de açúcar no sangue. Eles reconhecem que trata-se apenas de um estudo "observacional" (que se contenta em estabelecer uma ligação entre um fator de risco e a ocorrência de uma doença) e que não é possível tirar conclusões sobre as causas da patologia.