O número de casos de suspeitos de microcefalia no país chegou a 3.893, segundo o último Boletim Epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, na tarde desta quarta-feira. Isso significa que, em uma semana, foram notificados 363 novos casos ao órgão.
Do total notificado, 224 casos tiveram a confirmação da microcefalia associada ao zika vírus. Outras 282 foram descartadas – seja porque a má-formação não foi confirmada ou porque foi confirmada, mas não estava relacionada ao vírus. O restante dos casos seguem em investigação.
Associação entre zika e microcefalia muda rotina de gestantes
Pernambuco continua com o maior número de casos suspeitos: são 1.306, o que representa 33% do total registrado em todo o país. O Rio Grande do Sul permanece com apenas um caso, de uma mulher que teria contraído o zika vírus no primeiro trimestre da gravidez, quando viajou à Pernambuco.
Em relação aos óbitos, foram notificados 49, sendo cinco deles cuja causa da microcefalia foi o zika.
Nos consultórios médicos, cresce preocupação de gestantes sobre microcefalia
Atualmente, a circulação do zika é confirmada por meio de teste PCR, com a tecnologia de biologia molecular. A partir da confirmação em uma determinada localidade, os outros diagnósticos são feitos clinicamente, por avaliação médica.
– Iremos receber uma grande quantidade de reagentes para os exames de zika. De mil por mês, passaremos para 20 mil – afirmou durante coletiva de imprensa nesta quarta-feira Cláudio Maierovitch Pessanha Henriques, diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis (Devit).
Estudo aponta possível relação entre zika e outra má-formação
Conforme o órgão, serão distribuídos 500 mil testes para realizar o diagnóstico de PCR. Com isso, os laboratórios públicos ampliarão em 20 vezes a capacidade dos exames.
No total, o Ministério da Saúde investiu R$ 6 milhões para a aquisição dos produtos. E o discurso de combate ao zika segue sendo a guerra ao Aedes Aegypti:
– A nossa expectativa é de diminuir a propagação da doença combatendo o mosquito – concluiu Maierovitch.
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Zika vírus consegue ultrapassar a placenta
A análise de amostras de uma mulher que sofreu um aborto na oitava semana de gravidez comprovou que o zika vírus consegue atravessar a placenta durante a gestação. A confirmação foi divulgada nesta quarta-feira.
Conduzida pelo Instituto Carlos chagas, da Fiocruz Paraná, a pesquisa fez exames imunohistoquímicos, capazes de identificar infecções por vírus do mesmo gênero do zika, em amostras da placenta. Depois, testes moleculares identificaram o genoma do zika em células da mãe e do embrião.